Mais contagioso, menos letal. Coronavírus “pode sofrer mutações mesmo depois da vacina”, alerta virologista
O novo coronavírus continua a sofrer mutações ao longo do curso da pandemia. Especialistas acreditam que está provavelmente a tornar-se mais contagioso, uma vez que os casos de covid-19 estão a aumentar significativamente em vários países do mundo.
As mutações podem ainda significar que o vírus pode continuar a mudar mesmo depois de uma vacina estar disponível, de acordo com um virologista norte-americano.
Um novo estudo norte-americano analisou 5000 sequências genéticas do vírus, que continuou a sofrer uma mutação à medida que se espalhou pela população. A investigação não descobriu que as mutações do vírus o tenham tornado mais letal, ou alterado os seus efeitos, mesmo que se esteja a tornar mais contagioso, de acordo com um relatório do Washington Post, que refere que os peritos em saúde pública reconhecem que todos os vírus têm mutações, a maioria delas insignificantes.
David Morens, um virologista do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos, disse que o novo estudo não deveria ser excessivamente interpretado, mas acrescentou que o vírus poderia estar a responder a intervenções de saúde pública, tais como o distanciamento social.
“Todas estas coisas são barreiras à transmissibilidade, ou ao contágio, mas à medida que o vírus se torna mais contagioso, estatisticamente é melhor a contornar essas barreiras”, disse Morens em declarações ao The Guardian. Tal pode significar que o vírus pode continuar a sofrer mutações mesmo depois de uma vacina estar disponível, o que significa que a vacina terá de ser alterada – tal como a vacina da gripe é alterada todos os anos, ressalvou o virologista.
Desde o início da pandemia já foram registados mais de 31 milhões de infecções e mais de 978 mil mortes por covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins. Os Estados Unidos são, actualmente, o país mais afectado pelo novo coronavírus, seguindo-se a Índia e o Brasil.