Putin destaca o “apoio esmagador” da população russa ao esforço de guerra na Ucrânia
A maioria dos russos apoia a “operação militar especial” da Rússia na Ucrânia, garantiu Vladimir Putin, no discurso do Estado da Nação diante das duas Câmaras do Parlamento. “Todo o país está com eles [soldados].” No início do discurso, apontou que, desde o arranque da invasão da Ucrânia, empresários russos e pessoas comuns doaram milhões de rublos a voluntários, que fornecem às tropas russas equipamentos de última geração.
O presidente diz que a Rússia não iniciou a guerra na região ucraniana de Donbass em 2014, mas fará tudo para acabar com ela e “erradicar o nazismo” em Kiev – o exército russo está a avançar com confiança em diversas direções na linha de frente ucraniana.
“Vamos fazer tudo para pôr fim ao conflito e para resolver as tarefas da operação militar especial”,indicou, salientando que “as forças estratégicas estão prontas para o combate”.
De acordo com o presidente russo, Moscovo está pronto para o diálogo com os Estados Unidos sobre estabilidade estratégica, mas rejeitou qualquer tentativa de forçar a Rússia a negociar – rejeitou também a possibilidade de negociações sobre estabilidade estratégica com os EUA isoladamente das questões de segurança nacional russa.
O Ocidente está a tentar “arrastar” a Rússia para uma corrida armamentista, acusou Putin. “Estão a tentar desgastar-nos, a repetir o truque que conseguiram realizar com a União Soviética na década de 1980. Portanto, a nossa tarefa é desenvolver o complexo industrial de defesa de forma a aumentar o potencial científico, tecnológico e industrial do país. Precisamos de distribuir os recursos da forma mais racional possível e construir uma economia eficiente das forças armadas, para alcançar o máximo por cada rublo de despesas de defesa.”
O líder russo afirmou ainda que “sem uma Rússia soberana e forte, é impossível uma ordem mundial forte”. A Rússia está a planear construir “uma nova infraestrutura financeira global, livre de política, com países amigos”, em resposta o domínio do Ocidente.
O objetivo, salientou, é tornar a Rússia “uma das quatro maiores economias do mundo num futuro próximo” – Putin afirmou que Moscovo ultrapassou todos os países do G7 em crescimento económico no ano passado. “O crescimento da economia russa deve ser convertido num aumento do rendimento da população”, acrescentou, referindo que “a Rússia é hoje a maior economia da Europa em termos de PIB e a quinta do mundo”.
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