Maior rede de crime organizado do Brasil pode já ter chegado a Portugal, admite ministro brasileiro

O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski, admitiu esta quinta-feira que o PCC (Primeiro Comando da Capital), considerada a maior rede de crime organizado do Brasil, tem um grupo de elementos em Portugal: de acordo com a ‘SIC Notícias’, o responsável brasileiro manifestou a sua preocupação num encontro com Ana Rita Júdice, ministra da Justiça, e Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, e garantiu “estar atento”.

“Todos os países enfrentam a criminalidade organizada, é possível que alguns membros de fações criminosas tenham vindo para Portugal, até pela facilidade da língua e pelo tradicional acolhimento que Portugal dá aos brasileiros, e que é recíproco, isso pode eventualmente ter facilitado”, referiu o político brasileiro, no final de um encontro com responsáveis da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

Lewandowski sublinhou ainda que existe uma grande cooperação entre as autoridades dos dois países não só relativamente a este tema, mas também ao tráfico de drogas.

“Estamos atentos a este fenómeno e a polícia federal especial está em colaboração com as autoridades portuguesas, não só neste tema, mas também no âmbito do tráfico de drogas, em que somos usados como um corredor por outros países da América do Sul, já que não somos produtores”, referiu o ministro brasileiro, salientando a sua preocupação pela introdução de drogas sintéticas no Brasil, que chegam da União Europeia e dos Estados Unidos.

O PCC é considerado a maior rede de crime organizado do Brasil, que controla parte do grande tráfico internacional de cocaína da América do Sul com destino ao mercado europeu.

Em novembro último, a ‘CNN Portugal’ relatou que Portugal tem cerca de mil elementos ligados ao PCC: os operacionais constituem um problema de segurança e estão a alarmar as forças e serviços de segurança, de acordo com um relatório do SIS, apresentado nas reuniões do Sistema de Segurança Interna.

Os elementos da rede criminosa que controla parte do grande tráfico internacional de cocaína da América do Sul com destino ao mercado europeu estão também a fazer soar o alarme nos serviços prisionais, que deram conta de estarem sinalizados mais de duas dezenas destes operacionais nas cadeias portuguesas, onde estão presos devido ao tráfico de droga.

Portugal é uma porta de entrada essencial na rota do tráfico de droga na Europa, por via marítima, sobretudo através dos portos de Sines e de Lisboa, o que motivou uma presença crescente do PCC em Portugal, sobretudo na margem sul do Tejo. O grupo criminoso fez chegar a Portugal os seus elementos para controlar a logística de desembarque, armazenamento e distribuição dos grandes carregamentos de droga, um negócio avaliado em centenas de milhões de euros.

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