Madrid a horas de entrar em confinamento. Presidente da Comunidade continua a opor-se à medida do governo
Madrid e nove cidades ‘satélites’ vão ficar sob novas restrições de confinamento dentro de horas, informou uma fonte do Governo regional esta sexta-feira. A capital espanhola enfrenta a pior taxa de infecção da segunda vaga de covid-19 da Europa.
As autoridades de Madrid estão relutantemente a cumprir uma ordem do Governo central, liderado pelos socialistas, para proibir deslocações, exceto para a escola, trabalho, saúde ou compras, numa área de 4,8 milhões de pessoas.
Madrid, famosa pela sua atividade nocturna e fluxo turístico normalmente agitado, vai também ter um recolher obrigatório para bares e restaurantes, entre as 23h e a 1h da manhã.
A medida é um vista como um enorme “golpe” para os residentes da capital espanhola, que já enfrentaram um dos confinamentos mais difíceis da Europa no início do ano, embora desta vez as pessoas não sejam proibidas de sair de casa.
Várias outras cidades mais movimentadas da Europa também reforçaram as medidas nos últimos dias, incluindo a limitação do número de restaurantes e a obrigatoriedade de máscaras faciais em mais lugares, para contrariar o ressurgimento de casos de coronavírus.
As novas medidas de Madrid vão entrar em vigor assim que o decreto for publicado no boletim oficial da região, previsto para antes das 23 horas desta sexta-feira, disse uma fonte do Governo regional à agência Reuters.
A Presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, opõe-se às restrições e lançou um recurso judicial. Está preocupada com os prejuízos económicos e acusa o Governo central de exceder as suas prerrogativas ao ordenar as medidas.
A região argumenta que as medidas não combatem adequadamente a pandemia e vão custar 750 milhões de euros por semana à economia local. Restaurantes, ginásios e lojas vão a ter a sua capacidade reduzida para metade.
Com 859 casos por 100.000 pessoas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a região de Madrid é o pior foco de infeções da Europa.
A Espanha registou um total de 778.607 casos de covid-19 desde o início da pandemia, mais do que qualquer outro país da Europa Ocidental, e tem quase 32.000 vítimas mortais.