Luta pela maior mina de lítio da Europa aumenta com população a ir contra o Governo

O projeto de mineração de lítio da Rio Tinto, na região de Gornje Nedeljice, na Sérvia, está a gerar fortes divisões no país. Zoran Filipovic, um agricultor local, é um dos muitos cidadãos que se opõem ao desenvolvimento da mina, alegando que a poluição decorrente da atividade mineradora poderá tornar os seus negócios inviáveis.

O projeto da Rio Tinto, orçado em 2,55 mil milhões de euros, foi apresentado como uma solução para impulsionar a economia da Sérvia, com a promessa de gerar milhares de empregos e tornar o país um centro de produção de baterias e veículos elétricos na Europa. Porém, as preocupações com a poluição, o impacto ambiental e os riscos à saúde estão no centro da controvérsia.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, vê a mina como uma oportunidade crucial para fortalecer os laços da Sérvia com a União Europeia, principalmente após a controversa oposição ao reconhecimento de Kosovo. Ao mesmo tempo, Vucic procura equilibrar as relações com potências como a Rússia e a China. Contudo, a sua decisão de apoiar o projeto enfrenta uma forte resistência, com protestos em várias partes do país, conta a ‘Bloomberg’.

Vucic tenta conquistar a população local, que expressa um apoio maioritário contra o projeto. Uma pesquisa recente mostrou que quase 60% dos eleitores se opõem à mina, com críticas que vão desde ativistas ambientais até membros de partidos políticos de diferentes espectros. O governo, por sua vez, tenta tranquilizar a população, garantindo que a Rio Tinto cumpre os mais altos padrões de proteção ambiental e que o projeto criará milhares de postos de trabalho.

A mina de lítio da Rio Tinto, que se estima que possa gerar até mil milhões de euros por ano em receita quando entrar em operação, é vista como um passo importante para a indústria automóvel, especialmente na Alemanha, que dependerá desse fornecimento para as suas fábricas de baterias. No entanto, a oposição local acusa a União Europeia de tratar a Sérvia como uma “colónia” e de colocar a produção de lítio acima da proteção ambiental.






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