Luta de milionários pelo espaço. Depois de Musk, o que irão fazer Bezos e Branson?

Musk é conhecido por ser ambicioso: quer transportar um milhão de pessoas em Marte até 2060, construir uma estação de propulsão no planeta vermelho e ajudar a contruir um posto avançado na Lua. Não sabemos se vai conseguir mas encontra-se no bom caminho. A SpaceX enviou, no sábado passado, dois astronautas da NASA, Robert Behnken e Douglas Hurley, para a Estação Espacial Internacional, a bordo da cápsula Crew Dragon. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanhou as manobras no Centro Espacial Kennedy. Recorde-se que NASA contratou a SpaceX e a Boeing, em 2014, ao abrigo de contratos que totalizam sete mil milhões de dólares. Ambas as empresas lançaram as suas cápsulas de tripulação no ano passado com manequins de teste. O SpaceX’s Dragon cumpriu todos os seus objetivos, enquanto a cápsula Starliner, da Boeing, acabou na órbita errada e quase foi destruída devido a múltiplos erros de software.

Já o quarto protótipo do foguetão Starship explodiu pouco depois de o motor ter sido ligado. O Starship está a ser desenvolvido com vista ao uso para levar pessoas em viagens até à Lua e até a Marte. O objetivo de Musk é tornar as viagens ao espaço possíveis para mais pessoas. O Starship, um foguetão com 120 metros de altura desenhado para transportar humanos e 100 toneladas de mercadorias até à Lua e Marte. Pode ser usado em várias viagens. “É acreditar no futuro. E que o futuro seja melhor do que o passado. Não consigo pensar em nada mais excitante”, disse Musk no Congresso Internacional de Astronáutica. A Space X, do milionário, tem ainda contratos com a NASA pelo valor de quase cinco mil milhões de dólares para transportar astronautas e material de logística para a Estação Espacial.

A Blue Origin já divulgou o seu novo objetivo com o anúncio do veículo Blue Moon, uma nave espacial não tripulada que pode transportar até 6,5 toneladas para aterrar na Lua, permitindo estabelecer uma estrutura para futuras missões humanas. “A empresa está a desenvolver a tecnologia há três anos”, explicou Bezos. A empresa espacial do líder da Amazon quer levar pessoas à Lua até 2024. “Recebemos um presente – esse satélite próximo da Terra chamado Lua”, disse o milionário, explicando depois que os fatores que tornam a Lua um bom alvo para as viagens espaciais, além da sua proximidade com a Terra, são a baixa gravidade e o gelo presente.

A Blue Origin destacou o seu mais recente anúncio, apelidando-o de se uma oportunidade de “partilhar a nossa visão de ir ao espaço para trazer benefícios para a Terra”. A explosão da primeira nave da Virgin Galactic, do grupo de Richard Branson, e que causou a morte do copiloto, em 2014, provocou um atraso no calendário definido para viajar até Marte. Para já estão vendidas cerca de 700 viagens, a 235 mil euros cada uma, e Richard Branson apresentou no verão do ano passado a nave que promete concretizar o seu objetivo.

Branson começou a vender as suas viagens orbitais – chegam à fronteira do espaço, a 100 km de altitude – em 2004. Depois de muitos testes, as viagens comerciais com passageiros poderão começar em breve. “Nunca conseguiremos construir suficientes aeronaves”, disse Branson em Hong Kong após a apresentação dos voos da Virgin Australia Holdings de Melbourne. “A procura é enorme”, acrescentou. “Definitivamente há espaço para nós os três”, afirmou Branson sobre os empresários concorrentes. No entanto, com a pandemia mundial causada pelo novo coronavírus, o multimilionário acabou por vender 500 milhões de dólares (462,5 milhões de euros) em ações da empresa de voos espaciais Virgin Galactic, cujo valor desvalorizou devido à Covid-19.