Lucros do Santander em Portugal caíram 71,2% no 1.º trimestre para 34,2 milhões
Os lucros do Santander em Portugal caíram 71,2% no primeiro trimestre do ano, para 34,2 milhões de euros, segundo os resultados divulgados hoje pelo banco.
De acordo com o Santander, entre janeiro e março deste ano foi registada uma provisão de 164,5 milhões de euros (líquida de impostos) para enfrentar uma reestruturação, em especial do quadro de recursos humanos.
Em comunicado, o banco refere que o resultado líquido do trimestre se encontra prejudicado pela necessidade de constituir imparidades para fazer face à “situação económica desfavorável”.
Os resultados do 1.º trimestre encontram-se “influenciados positivamente pelo impacto não recorrente de cerca de 140 milhões de euros provenientes da gestão da carteira de títulos do banco”, refere a entidade bancária.
O Santander Totta SGPS sublinha, em comunicado, que manteve o apoio às famílias, empresas e sociedade no centro da sua atividade, no quadro da pandemia, através da rede comercial, complementada pelos canais digitais, participando nos mecanismos de moratórias para o crédito a particulares e empresas, bem como na disponibilização das linhas de crédito com garantia do Estado.
No final do março, as moratórias, legal e privada, abrangiam cerca de 54 mil clientes, no montante global de 6,4 mil milhões de euros de crédito (16% da carteira total), o que corresponde a uma redução de 25% face ao valor de final de 2020, com o vencimento da moratória privada.
No âmbito das linhas de crédito com garantia do Estado, o banco aprovou um conjunto de operações no montante de cerca de 2,1 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 15 mil clientes.
O total de crédito a clientes foi de 43 mil milhões de euros, uma subida de 5% face ao período homólogo.
As quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação situaram-se em 21,5% e 21,9%, respetivamente.
Os recursos de clientes totalizaram 43,8 mil milhões de euros, uma subida de 5% face ao mesmo período do ano passado, evolução determinada pelo aumento de 3,5% em depósitos e de 12,5% em recursos fora de balanço.
O número de clientes digitais aumentou 21,7% em relação ao período homólogo, atingindo 970 mil, enquanto o número de clientes de banco principal teve um crescimento de 4,4%, atingindo os 816 mil.
A redução na geração de receitas comerciais recorrentes “continuou a refletir a dificuldade do contexto económico, fruto do aumento do ambiente concorrencial, do nível estrutural negativo de taxas de juro e da menor utilização de serviços bancários, bem como da alteração profunda e estrutural da forma de interação dos clientes com o banco”, refere a entidade bancária.
Citado em comunicado, o presidente executivo do Banco Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, afirma: “Os resultados do 1.º trimestre de 2021 demonstram muito do que temos antecipado sobre o banco e a realidade em que vivemos, tendo o banco mantido a sua solidez e a sua resiliência perante um contexto da atividade muito adverso”.
“Por um lado, temos os efeitos económicos da pandemia e do ambiente de taxas de juro negativas, que têm afetado a geração de receitas recorrentes do Banco, e o custo do risco que tem de ser reconhecido. Por outro, vivemos uma profunda transformação do negócio bancário, e na maneira como os clientes se relacionam com os Bancos, cada vez mais digital”, acrescenta.
Em Espanha, o grupo Santander anunciou hoje lucros de 1.608 milhões de euros no 1.º trimestre de 2021, quase cinco vezes mais que um ano antes, quanto teve de constituir provisões de 1,6 mil milhões de euros devido à pandemia.