Lucros da Caixa Geral de Depósitos disparam para recorde de 1,29 mil milhões de euros
A Caixa Geral de Depósitos divulgou os resultados referentes ao ano de 2023, onde reportou um lucro de 1,291 mil milhões de euros, de acordo com o comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Este é o mais alto montante alguma vez alcançado, e compara aos 843 milhões alcançados em 2022, o que representa um aumento de 49%.
A Caixa segue assim a linha dos seus congéneres privados, que beneficiaram da subida das taxas de juro para alcançarem números recorde no ano fiscal passado.
O banco público liderado por Paulo Macedo vai ainda entregar 525 milhões de euros em dividendos ao Estado, mais 64 milhões do que os 461 milhões que estavam previstos no Orçamento do Estado.
No conjunto dos anos de 2023 e 2024, os dividendos superam 1,2 mil milhões de euros contribuindo de forma expressiva para o reembolso de 2,2 mil milhões de euros, 90% do valor do aumento de capital em dinheiro realizado em 2017.
Para além disso, o resultado líquido das entidades internacionais detidas alcança em 2023 os 206 milhões de euros, “o maior valor deste século”, reporta o banco.
Entre os números apresentados, o crédito à habitação regista um aumento da procura, principalmente em taxa fixa ou mista, com uma produção a exceder os 1.000 milhões de euros no último trimestre.
Nos depósitos e no crédito, a Caixa conta com quotas de mercado de 23,1% e 17,6%, respetivamente, e a carteira de crédito a empresas e setor público cresce com reforço da quota de crédito a PME para 15,8%, enquanto a quota de produção atingiu os 19,2% (+2,7 p.p) que em igual período.
do ano anterior.
CGD vende participação maioritária no Banco Comercial do Atlântico em Cabo Verde
A Caixa recorda ainda a venda da participação maioritária no Banco Comercial do Atlântico (BCA), um dos maiores de Cabo Verde, à Coris Holdings do Burquina Faso, anunciou em comunicado. Os outros dois candidatos ao negócio eram o IIBGroup Holdings, sediado no Bahrein e já presente em Cabo Verde, e o First Atlantic Bank, do Gana.
A venda será feita por 70,5 milhões de euros e “caso se venha a confirmar o preço global, este deverá gerar mais-valias da ordem dos 15,79 milhões de euros”.
A concretização da mudança ainda não tem data, visto que será ainda necessário proceder a várias formalidades de direito cabo-verdiano.
A alienação faz parte do plano de reorganização da atividade internacional da CGD iniciado e aprovado em 2017, “contribui para a racionalização da estrutura internacional do grupo, para o reforço dos capitais próprios do banco, para um maior foco na sua atividade e para a redução do seu perfil de risco”, justificou.
A CGD vai continuar presente em Cabo Verde através do Banco Interatlântico.