Lucro do Crédito Agrícola mais do que duplica para 72,5 M€ no primeiro trimestre

O Crédito Agrícola fechou o primeiro trimestre com lucros de 72,5 milhões de euros, um acréscimo de 114,6% face ao período homólogo, informou hoje a instituição financeira.

Para este resultado, “o negócio bancário contribuiu com 65,3 milhões de euros, mais 122,9% face ao período homólogo, lê-se no comunicado hoje divulgado.

As imparidades e provisões alcançaram 6,9 milhões de euros até março, uma redução em termos homólogos de 20,7 milhões de euros, depois de, no primeiro trimestre de 2020, ter constituído provisões de 18,2 milhões de euros para cobertura de riscos relacionados com ativos imobiliários e carteira de crédito.

No primeiro trimestre do ano, “a carteira de crédito bruto a clientes ascendia a 11,4 mil milhões de euros, uma variação positiva de 7,0% nos últimos 12 meses e que superou a variação homóloga positiva de 5,4% registada pelo conjunto das instituições financeiras em Portugal para o mesmo período”, refere o grupo, realçando “a continuação do apoio às famílias, empresas e instituições clientes […] no atual contexto da crise pandémica”.

Os recursos de clientes, sob a forma de depósitos bancários, totalizavam cerca de 17,6 mil milhões de euros, valor que denota um crescimento de 14,4% correspondente a 2.211 milhões de euros, em termos homólogos.

“Este aumento de recursos, superior ao aumento do crédito (líquido) concedido a clientes, contribuiu para a redução do rácio de transformação que, no final do período, ascendia a 62,4%”, refere a instituição liderada por Licínio Pina.

Em termos de qualidade da carteira de crédito do Grupo Crédito Agrícola, o rácio bruto de Non Performing Loans (NPL), de acordo com a Instrução 20/2019, em março situava-se em 7,8%, registando uma evolução favorável face aos 8,1% verificados no final de 2020.

Em comunicado, o grupo Crédito Agrícola apresenta um confortável nível de solvabilidade consubstanciado pelos rácios common equity tier 1 (CET1) e de Fundos Próprios Totais, ambos de 18,3% (excluindo o resultado líquido do período), um rácio de alavancagem de 7,6% e um nível de cobertura de liquidez (rácio LCR) de 422,9%, todos bem acima dos níveis mínimos recomendados.

Em termos de composição do produto bancário, a margem financeira cresceu 7,4 milhões de euros (+9,4%) em relação ao mesmo período em 2020, assim como a margem técnica do negócio segurador, que registou um crescimento de 8,7 milhões de euros (+213,7%).

Em sentido contrário e face ao período homólogo, as comissões líquidas diminuíram 2,5 milhões de euros (-8,4%) e os resultados das operações financeiras reduziram 4,2 milhões de euros (-7,7%).

Os custos operacionais observaram uma redução homóloga de 3,8 milhões de euros que reflete, essencialmente, a contenção observada nas rubricas de publicidade, avenças e honorários e outros serviços.

A redução dos custos de estrutura e o aumento do produto bancário determinaram uma melhoria de 5,6% no rácio de eficiência que, com referência a março de 2021, se situou em 48,2%.

No comunicado, o grupo reconhece que “o exercício de 2021 encerra níveis de incerteza ainda elevados que se poderão vir a refletir ao nível do incremento de imparidades da carteira de crédito”.

Neste contexto, acrescenta, “os próximos resultados trimestrais poderão sofrer alterações materiais decorrentes das atividades de acompanhamento regular da carteira de crédito, em particular, dos setores mais afetados pela crise e com maior peso de contratos de crédito em situação de moratória”.

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