Londres perdeu, num só mês, 2,68 biliões de euros com o Brexit

Só em março, o centro financeiro de Londres, a “City”, viu esfumar-se cerca de 2,68 biliões de euros do mercado de derivados, devido à saída anunciada do Reino Unido da União Europeia. Wall Street, nos EUA, foi quem ficou a ganhar.

Face ao mês de julho, os contratos swap negociados por plataformas britânicas caiu 40% face a março, de acordo com as estimativas da Deloitte e da IHS Markit publicadas hoje num relatório.

Estes números apenas confirmam o aviso deixado à navegação por Andrew Bailey, governador do Banco de Inglaterra, durante o ano passado. “A UE vai conseguir arrebatar biliões de libras em derivados das principais câmaras de compensação de Londres, uma clara ameaça à nossa estabilidade financeira”, alertou  na altura Bailey.

Desde o divórcio entre Londres e Bruxelas, a UE proibiu as sociedades de investimento sediadas no bloco de utilizarem plataformas de derivados britânicos, até que a questão fosse resolvida por um acordo para os mercados financeiros, ainda a correr na mesa das negociações. Este gesto abriu as portas dos 27 mercados financeiros aos players norte-americanos.

Para David Strachan, diretor do Centro de Estratégia Regulatória da Deloitte, “este é apenas o início da história pós-Brexit, em termos financeiros”. “A fragmentação imposta pelo Brexit aumentou os custos das operações realizadas pelos principais bancos na Europa, num momento em que o ambiente económico no bloco já é por si difícil”, explicou Strachan.

“Embora algumas atividades enquadradas nos mercados de capitais tenham claramente migrado do Reino Unido para a UE, não há dúvida de que Londres continua a ser o maior centro de mercados de capitais da Europa”, adverte o executivo da Deloitte.

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