Londres alinha no acordo entre Washington e Bruxelas para pôr fim à “guerra” entre Boeing e Airbus

O Reino Unido alinhou no acordo alcançado entre Bruxelas e Washington para um cessar-fogo tributário de cinco anos na guerra comercial que já se arrasta há quase duas décadas, relativamente aos subsídios atribuídos as duas companhias aéreas rivais: a francesa Airbus e a norte-americana Boeing.

O acordo foi assinado Liz Truss, secretária de Estado  do Reino Unido para o Comércio e a sua homóloga norte-americana,  Katherine Tai, depois de dois dias de negociações.

“Os Estados Unidos e o Reino Unido  chegaram hoje a um entendimento para resolver um problema comercial de longa data relacionado com aeronaves civis de grande porte. Esta conquista fortalece as nossas relações, fundamentadas na Carta do Atlântico”, pode ler-se na nota conjunta divulgada hoje por ambos os Governos.

Washington e Bruxelas concordaram em realizar uma trégua de cinco anos, com a suspensão da aplicação de tarifas em quase 10 milhões de euros de exportações de ambos os lados, colocando assim uma pausa na guerra comercial que se arrasta há 17 anos, em torno dos subsídios estatais concedidos à francesa Airbus e à norte-americana Boeing.

A Comissão Europeia (CE) esteve toda a noite a discutir o modelo do acordo com os Estados-membros, de forma a apresentar hoje um texto final.

“As negociações com os nossos amigos norte-americanos estão a ir pelo caminho certo. Estou convencida de que entregamos o texto final hoje”, revelou a Presidente da CE, Ursula von der Leyen.

O novo acordo obriga ambos os Executivos a suspenderem a atribuição de subsídios à construção de aeronaves, das duas gigantes da aviação, de forma a colocar um ponto final nesta disputa transatlântica.

Esta batalha remonta a 2004, quando os EUA apresentaram uma ação na Organização Mundial do Comércio contra a UE sobre o apoio financeiro concedido pelo bloco à Airbus, tendo em vista a construção da aeronaves. Por sua vez Bruxelas propôs uma ação semelhante, com a mesma fundamentação, no mesmo órgão internacional, contra Washington.

Em 2019, a Organização Mundial do Comércio autorizou, tanto os EUA, como a UE a reforçar determinadas tarifas sobre as exportações entre si.

Em março, EUA e EU concordaram em suspender as tarifas retaliatórias durante quatro meses. O Reino Unido seguiu o exemplo e replicou unilateralmente a trégua fiscal com ambos os países.

Este pacto surge dias depois de a Bloomberg ter divulgado um estudo que revela que a empresa estatal China Commercial Aircraft Corp. (COMAC) pode ser a próxima líder mundial na construção de aviões, já na próxima década.

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