Livro: “O Fantasma Negro do Império” levanta “questões importantes” sobre escravatura e imperialismo

A obra “O Fantasma Negro do Império – A longa morte da escravatura e o fracasso da emancipação”, do historiador e professor Kris Manjapra, levanta “questões importantes” sobre escravatura e imperialismo.

Finalista do British Academy Book Prize for Global Cultural Understanding 2023, e nomeado para o New England Book Award, neste livro o autor identifica cinco tipos de emancipação e explica-os por ordem cronológica, bem como o duradouro impacto que tiveram nos grupos escravizados nas duas margens do Atlântico.

Assim, entre as décadas de 1770 e 1880 ocorreram por todo o mundo atlântico diferentes géneros de emancipação: as Emancipações Graduais da América do Norte, a Emancipação Revolucionária do Haiti, as Emancipações Compensadas dos impérios ultramarinos europeus, a Emancipação pela Guerra do Sul Americano e a Emancipação da Conquista que alastrou por toda a África subsariana.

“Tragicamente, não obstante um século de abolições e emancipações, persistem sistemas de servidão social disfarçados e reconfigurados. Ainda hoje vivemos com estes finais inacabados. na prática, todas as emancipações que alguma vez ocorreram reacenderam a violência racial contra as comunidades negras e reafirmaram a teimosa persistência da ideia da supremacia branca”, explica o editor da obra.

Na obra, o autor mostra como, no meio desta história inacabada, organizadores e ativistas vindos das bases se tornaram guardiões da recuperação e reabilitação coletivas; não só para o nosso presente, mas também para a nossa relação com o passado.

A crítica revela que este livro “levanta questões importantes, demasiadas vezes ignoradas pela narrativa ocidental sobre o fim da escravatura e o mortífero impacte global do nosso imperialismo”, escreve o Spectator. Já o The Atlanta Journal Constitution, por exemplo, refere que “aprofunda o tópico da liberdade, analisa as múltiplas emancipações que ocorreram nos séculos XVIII e XIX, dos Estados Unidos às Caraíbas e a África, e descobre um fio comum”.

Kris Manjapra nasceu em 1978 nas Caraíbas de ascendência africana e indiana. Cresceu no Canadá e completou a sua formação académica na Universidade de Harvard. Foi professor de História na Universidade Tufts e venceu o Emerging Scholar Award em 2016 da revista Diverse. A investigação de Kris Manjapra situa-se na interseção da história transnacional com o estudo crítico da raça e do colonialismo.

Ler Mais