Lisgráfica diz adeus às negociações na Bolsa de Lisboa a partir de hoje

A Lisgráfica, responsável pela impressão de publicações como o Expresso e a Visão, vai ser excluída do Euronext Lisbon a partir de amanhã, na sequência de ter sido considerada insolvente. Desta forma, hoje será o último dia de negociações da empresa na Praça de Lisboa.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobilíários (CMVM), a Lisgráfica – Impressão e Artes Gráficas “vem informar que por decisão da Euronext (…) as ações ordinárias emitidas” pela empresa “serão excluídas do Euronext Lisbon a partir de 13 de novembro, devido ao facto da empresa ter sido declarada insolvente”.

A situação financeira da gráfica já era crítica, o que levou ao corte do fornecimento de energia e à paralisação da actividade. A decisão judicial, aliada à suspensão da atividade, gerou preocupação entre os clientes, que retiraram os seus projetos, agravando ainda mais a crise da empresa. A Lisgráfica, que empregava 110 pessoas, vê agora os seus trabalhadores sem posto de trabalho e enfrenta uma dívida total de 78,7 milhões de euros.

A 21 de Outubro, o tribunal determinou o encerramento da atividade e do estabelecimento da Lisgráfica. Na nota à CMVM, a empresa informou que no processo de insolvência que “corre os seus termos no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra – Juiz 6, foi determinado o encerramento da atividade e do estabelecimento”

No dia 11 de outubro, a Lisgráfica anunciou que o tribunal não tinha homologado o seu plano de recuperação e entregou a gestão da empresa a um administrador de insolvência, segundo um comunicado publicado na CMVM, nesse dia.

Em 21 de junho, o plano de insolvência e recuperação da Lisgráfica tinha sido aprovado por 62,3% dos credores, contando já com os votos por escrito.

A Autoridade Tributária e a Segurança Social votaram por escrito e também deram ‘luz verde’ a este plano.

No total, 62,3% dos credores votaram favoravelmente o plano apresentado pela Lisgráfica.

Em 05 de junho, a empresa já tinha comunicado ao mercado que o plano de insolvência e recuperação tinha sido aprovado pela maioria dos credores.

Na altura, ainda faltava apurar os votos por escrito da Autoridade Tributária e da Segurança Social.

O plano de recuperação da Lisgráfica previa o pagamento integral dos créditos laborais, dos créditos da Autoridade Tributária e da Segurança Social em planos prestacionais a contratar nos termos da lei, o perdão de 95% dos créditos comuns e um perdão de 100% dos créditos subordinados.

O plano de recuperação da Lisgráfica de 2019 deixou de ser aplicável após a apresentação da empresa à insolvência e foram restaurados alguns créditos.

Assim, o “valor reclamado ronda os 70.000.000 euros, ao contrário do balanço da Lisgráfica que tinha um passivo registado de apenas 26.500.000 euros”.

Segundo detalhou, na altura, a empresa, com a apresentação do plano de recuperação (que ainda poderia vir a ser alterado), previa-se um passivo inferior a 10 milhões de euros.

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