Habitação: Lisboa tem 45 milhões de euros de rendas sociais em atraso

Lisboa soma mais de 45 milhões de euros em dívidas de rendas dos munícipes, em contraste absoluto com a realidade do Porto, onde apenas 4% das famílias estão em falta, com cerca de 25 mil euros em atraso, indicou esta terça-feira o ‘Jornal de Notícias’.

Na Invicta, 12% da população vive em bairros sociais e o valor em dívida tem-se situado, nos últimos anos, nos 3,5% do total das receitas das rendas, cujos valores por inquilino variam entre os 12,19 euros e os 479,09 euros – há 13 mil fogos sociais, distribuídos por 50 bairros.

Em Lisboa, o cenário é diametralmente oposto: há 63 mil pessoas a viver em 21.951 fogos sociais, com rendas que oscilam entre os 5 e 800 euros. No entanto, de acordo com dados da Gebalis, o valor em atraso era de 45,288 milhões de euros, um montante “inferior ao registado no ano anterior”, garantiu a autarquia liderada por Carlos Moedas.

Sintra também apresenta números ‘negativos’: com 1.766 habitações sociais e 5.900 moradores, tem 633 famílias com rendas em atraso, o que totalizou 517,1 mil euros nos últimos cinco anos. Já Valongo, com 1.143 habitações sociais e um total de 2.873 moradores, que pagam entre 5,09 e 339,8 euros, a dívida é de 237.893 euros, resultante do incumprimento de 119 agregados familiares.

Situação igual vive-se em Gondomar, com 3.030 arrendatários em 3.207 fogos, dos quais 407 têm rendas em atraso, num valor total de 165,7 mil euros, menos 28,08% do quem em 2020. Vila Nova de Gaia, o terceiro concelho mais populoso do país, há 25,4% dos moradores com rendas em atraso: a autarquia não revelou o valor global.

Braga e Aveiro têm realidades distintas: a autarquia do social-democrata Ricardo Rio soma 272.744 euros em dívida, com 92 agregados familiares em atraso num total de 731 habitações – já em Aveiro, do também PSD Ribau Esteves, há somente 30 famílias com valores em atraso, num total de 21.783 euros.

Das dez câmaras que enviaram informação, só quatro procederam a despejos, num total de 74 concretizados em cinco anos – em Sintra, nos últimos cinco anos, a autarquia fez 11 despejos. Já este ano, foram aprovados mais 26 e 65 estão em análise, que se devem sobretudo a ocupações ilícitas. Na Maia, foram feitos 26 despejos por dívidas de rendas: cinco em 2021; dez em 2022; nove em 2023; dois em 2024.

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