Lidl e Aldi alteram estratégia e abrem portas a novas marcas durante a pandemia
2020 revelou-se um ano difícil para as marcas colocarem as suas novas propostas nas prateleiras dos supermercados, com as duas partes – marcas e superfícies – a concentrarem os seus esforços no abastecimento, sobretudo nos primeiros meses da crise pandémica.
Contudo, as cadeias de supermercados Aldi e Lidl, que se distinguem pela aposta nos próprios de marca própria, deixando de fora muitas marcas, foram as que mais inovaram no ano passado ao mudarem de estratégia.
As empresas alemãs, que seguem o modelo de venda “hard discount”, foram, a par da espanhola Eroski, as únicas redes que aumentaram a aposta em novidades de outras marcas.
De acordo com dados apurados num estudo da Kantar para o Promarca, uma associação que reúne os principais fabricantes, o Lidl introduziu 10% das novidades que chegaram ao mercado no ano passado, face às 8% registadas em 2019.
Por sua vez, o Aldi aumentou as suas inovações de 7% para 8%, números simbólicos noutros tempos, mas relevantes face às quebras generalizadas dos outros supermercados e dado serem ambas conhecidas por apostar num número limitado de marcas.
“Estamos a assistir a uma evolução na gama deles. Estão a apresentar cada vez mais marcas e, assim, as últimas novidades, que é o mais lógico. O que não faz sentido é ter uma marca na prateleira e não apresentar as duas novidades, que é o que a Mercadona faz, por exemplo. Nos casos da Aldi e da Lidl, vemos uma tendência positiva e isso representa uma mudança no seu modelo típico”, observou hoje Ignacio Larracoechea, presidente do Promarca.
A Mercadona passou de 21% das novidades em 2019 para 7% em 2020, de acordo dados da Kantar, tendo o Dia registado a maior quebra, de 22% para 3%.