Legislativas: Marcelo vai fazer tudo para afastar ‘papão’ do Chega no Governo

Se a Aliança Democrática (AD) perder as eleições legislativas de domingo, e a direita tiver maioria no parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa não irá aceitar uma solução de ‘primeiro-ministro de substituição’ de Luís Montenegro, fazendo tudo o que for possível para evitar um Governo com o Chega de André Ventura.

A especulação em torno de um possível acordo entre elementos do PSD e André Ventura, líder do Chega, para formar um governo alternativo caso Luís Montenegro não vença as eleições, foi negada por fontes da Presidência da República ao Expresso. “Isso não existe”, afirmam, recusando a possibilidade, tal como Marcelo recusou Mário Centeno como substituto de António Costa.

O Presidente da República não quer que o partido que ficar em segundo nas eleições governe os destinos do país, depois de ter ponderado todos os cenários possíveis (e o que daí poderia advir a médio prazo).

A análise das possíveis saídas do próximo 10 de março por parte de Marcelo Rebelo de Sousa sugere que, caso o PS vença com maioria de esquerda, a formação de Governo será estável. No entanto, este cenário é considerado improvável de acordo com as últimas sondagens, que já colocam a AD à frente do PS por 6 pontos percentuais.

Se, por outro lado, o PS ganhar mas houver uma maioria de direita, a situação complica-se. Com Luís Montenegro a recusar formar Governo caso não vença, como já afirmou, Marcelo poderá dar posse a um Governo socialista que facilmente será derrubado rapidamente no Parlamento – criando um cenário de instabilidade.

A possibilidade de Montenegro ser substituído numa eventualidade de maioria de direita também foi descartada por Marcelo Rebelo de Sousa numa conversa com a nova direção do PS, liderada por Pedro Nuno Santos, refere o mesmo semanário.

Se a AD vencer, as opções variam conforme o cenário. Com uma maioria somada à IL, poderá haver uma solução de governo estável. No entanto, se ganhar sem maioria e não estiver disposta a fazer acordos com o Chega, poderá depender da viabilização do PS.

A presença do Chega no cenário político também está a ser monitorizada de perto por Marcelo Rebelo de Sousa, embora não descarte a possibilidade de um Governo viabilizado pelo partido de André Ventura. No entanto, a inclusão de Ventura num Governo está fora de questão, pelo menos até ao final do atual mandato presidencial.

Estas análises e previsões deixam claro que o desfecho das eleições deste domingo e a formação do próximo Governo estão sujeitos a múltiplos cenários e variáveis, tornando o resultado da ida aos portugueses às urnas ainda mais imprevisível, sendo caso para dizer que tudo só ficará mesmo mais claro após contados todos os votos, e estudada a abertura dos partidos para viabilizarem ou não cada uma das possibilidades de governação.

 

Ler Mais



Comentários
Loading...