Kremlin contratou assassinos profissionais para matarem piloto russo desertor, dizem serviços secretos de Espanha

Os serviços de inteligência de Espanha acusam o Kremlin de orquestrar o homicídio de Maksim Kuzminov, o piloto de helicóptero russo que desertou para a Ucrânia, no ano passado.

Kuzminov, que estaria a viver em Espanha sob falsa identidade, foi encontrado morto em Villajoyosa, perto de Alicante, na semana passada. A polícia adiantou que os autores dispararam seis vezes contra o ex-piloto, antes de o atropelarem com um carro.

Fonte dos serviços secretos espanhóis adianta ao El País que vai ser difícil ligar o assassinato a organizações ou agências russas, mas que a linha de investigação que está a ser seguida é a de que Moscovo contratou assassinos profissionais, no exterior de Espanha, para matarem o desertor.

As mesmas fontes garantem que os serviços de inteligência não sabiam que  Kuzminov estava a viver em Espanha, e que não foram avisados da sua chegada.

A deserção do russo foi divulgada em setembro passado quando o GUR ucraniano publicou imagens onde o piloto, então com 28 anos, indicava como foi contactado pelos serviços secretos militares inimigos, que lhe ofereceram a deserção para o lado ucraniano a troco de dinheiro e proteção.

O vídeo demonstra Kuzminov a aterrar ao comando do seu helicóptero Mi-8 numa base militar da região de Kharkiv, leste da Ucrânia e junto à fronteira com a Rússia.

Na ocasião, e segundo referiu Kirilo Budanov, então chefe do GUR ucraniano, Kuzminov cruzou a fronteira voando a baixa altitude, para escapar à deteção de radares, juntamente com outros membros da tripulação que não sabiam dos planos do piloto, e que foram mortos quando tentaram fugir após a aterragem.

Nas suas declarações, Budanov também assegurou que a inteligência militar ucraniana conseguiu retirar da Rússia a família do piloto desertor.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
 

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