Juros pagos pelas empresas podem subir para máximos de sete anos em 2023

De acordo com o Banco de Portugal (BdP), tendo em conta as expetativas de taxa de juro implícitas em instrumentos de mercado para os próximos 12 meses, os juros pagos pelas empresas aumentariam para níveis semelhantes aos de 2015/2016.

“A preponderância de empréstimos com taxa de juro variável ou mista (83% do total) e de empréstimos de curto prazo com taxa fixa (4%) implica que o aumento das taxas EURIBOR se refletirá no custo de financiamento das empresas com um curto desfasamento”, explica o regulador.

O BdP diz ser possível simular o potencial impacto nas taxas de juro aplicadas aos empréstimos existentes às sociedades não financeiras nos próximos 12 meses. Para tal, é necessário utilizar as expetativas implícitas em instrumentos de mercado. No entanto, alerta, esta estimativa deve ser interpretada como parcial, pois não considera fatores como o aumento da taxa de juro ou o contexto macroeconómico.

A análise do regulador revela que, “nas condições deste exercício o custo com juros aumentaria cerca de 1.188 milhões de euros no decorrer do ano terminado em julho 2023 face ao estimado para o ano terminado em julho de 2022”, valor da taxa semelhante ao registado em julho de 2015.

Já se assumirmos a mesma variação de taxa para o encargo total com juros, que inclui o custo com outras fontes de financiamento para além dos empréstimos bancários, este implica um aumento de custos que corresponde a 5,3% do EBITDA de 2019. Neste caso, o rácio entre os juros e o EBITDA ficaria entre os valores verificados em 2015 e 2016.