Jovens colocam o seu voto à direita, aponta sondagem: partidos novos e internet são as principais influências dos eleitores mais novos

Os jovens estão mais tentados a votar à direita, apontou esta sexta-feira uma sondagem da Universidade Católica para o jornal ‘Público’: a Aliança Democrática (AD), Chega e Iniciativa Liberal são os partidos que mais votos recebem da faixa etária entre os 18 e 34 anos, apesar do recente aumento registado pelo PS e Livre. De acordo com especialistas, os eleitores mais novos são atraídos pela “novidade” e influenciados pelo que consomem na internet.

De acordo com o inquérito, a soma das intenções de voto nesta faixa etária à direita – AD, IL e Chega – é de 50%: 20% pretendem votar na AD, 16% no Chega e 14% no IL. Já os restantes 50% dividem-se entre a intenção de votar à esquerda e no PAN (cerca de 24%) ou indecisos (27%).

De acordo com José Almeida Ribeiro, diretor técnico da empresa de sondagens ‘Aximage’, as intenções de voto são influenciadas pelo que é “novidade” e pelo que traz “diversidade e experimentação”, assim como pela Internet. “Esta geração é tipicamente digital, é a geração da Internet. O acesso à informação é instantâneo e todos sabem onde a ir buscar. E agora as formas de comunicação política alteraram-se”, precisou.

A sondagem apontou ainda que, apesar da prevalência de votos à direita, foram o PS e Livre os partidos que mais cresceram nesta faixa etária, em 4 pontos percentuais, para 10 e 5%, respetivamente – já o PAN foi a única força política a perder o apoio dos jovens, de 4 para 2%. AD, Chega e IL viram as intenções de voto inalteradas.

Face a 2022, há menos jovens que revelaram não querer votar a 10 de março (de 6 para 2%), ao passo que a percentagem de jovens indecisos aumentou 6 pontos percentuais. “É provável que os jovens queiram ir votar mais agora porque os partidos novos atraem também novos votantes. Há mais oferta”, salientou José Almeida Ribeiro.