Jornalistas, amigos do PSD e deputados: almoços de Miguel Pinto Luz quando era dirigente e candidato à liderança social-democrata custaram 47 mil euros à Câmara de Cascais

Sebastião Bugalho, Miguel Relvas, António Leitão Amaro, Pedro Marques Lopes, Dias Loureiro, Paulo Rangel, Marques Mendes, Miranda Sarmento: a lista de almoços do atual ministro das Infraestruturas e habitação, Miguel Pinto Luz, mas à data vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, é extensa… e cara.

Segundo uma investigação da revista ‘Sábado’, os almoços que Pinto Luz faturou à autarquia têm um cariz político-partidário contrário à Norma de Controlo Interno da câmara, que salienta que o fundo de maneio “destina-se apenas ao pagamento de pequenas despesas urgentes e inadiáveis” – algo que não se coaduna com almoços.

O fundo de maneio do atual vice-presidente, desde 2017, esteve sempre a crescer: 3.927 euros nesse ano, tendo passado para 6.302 euros no ano seguinte. 2020 bateu recordes: 7.929 euros gastos por Miguel Pinto Luz. No total: 47.972 euros em almoços, jantares e pequenos-almoços.

Na altura, Miguel Pinto Luz era presidente da distrital de Lisboa do PSD (2011 e 2017), tornou-se secretário de Estado de Passos Coelho (2015) e candidatou-se, em 2019, à liderança do PSD. O ‘combate partidário’ fez-se à mesa, com muitos elementos que estiveram presentes na campanha interna à liderança social-democrata, ao quais se juntam pelo menos 69 refeições com deputados, quase todos do PSD.

À Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz apresentou 545 refeições: 25 dizem respeito a personalidades do PSD, 69 deputados da Assembleia da República e 16 com o diretor da Nova School of Business and Economics. Há ainda 8 com consultores de comunicação e comentadores, 14 com jornalistas e 42 com vereadores e presidentes de juntas de freguesia de Lisboa.

Por último, a investigação da revista semanal destacou um dado relevante: Miguel Pinto Luz deixou, em agosto de 2023, de apresentar faturas de almoços, apesar de ter saído do cargo de vice-presidente em março de 2024: foi no mesmo mês que foi publicado o artigo, também na ‘Sábado’, sobre os almoços de Isaltino Morais, em Oeiras.

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