Jornalista agredido na Católica: Chega nega “qualquer responsabilidade” a aponta dedo aos “anfitriões” do evento

O Chega reagiu ao caso da agressão a um jornalista do Expresso, durante um evento na Universidade Católica, organizado por associações de estudantes, em que André Ventura foi convidado a discursar. EM comunicado, o partido recusa “quaisquer responsabilidades” no caso, e aponta dedo aos “anfitriões” da conferência, no âmbito de uma série de debates com os líderes partidários, antes das legislativas.

“O Chega nega qualquer responsabilidade quer na entrada do jornalista no evento, quer na sua expulsão, até porque, como convidado, não é da sua competência definir quem pode estar ou não presente”, começa por dizer, negando também responsabilidades “na organização do evento, bem como na definição das normas de acesso ao mesmo, quer de participantes, quer da comunicação social”.

Diz o partido de André Ventura que, quando o líder partidário e respetiva comitiva entraram no anfiteatro para que se iniciasse a palestra “o controlo do evento ficou completamente nas mãos dos anfitriões, sendo os mesmos responsáveis pela acreditação dos presentes e pela definição das regras de quem podia e não podia assistir ao evento”.

“O Chega saúda ainda eventos deste tipo, pelo pluralismo e importância para o debate livre de ideias e para a democracia”, indica o comunicado, sublinhando o partido que “lamenta a situação” e “repudia, igualmente, qualquer tentativa de condicionamento ou limitação do direito à informação e intimidação de jornalistas”.

Segundo o Expresso, o jornalista em causa tinha entrada autorizada por duas jovens que estavam à porta do auditório e que a assessoria do Chega sabia da sua presença no evento.

Já lá dentro, foi abordado por um outro jovem que lhe disse que não podia estar presente, e depois por um terceiro. Após pedir esclarecimentos à assessoria do Chega, foi agredido por dois jovens que lhe agarraram os pés e os braços e o levaram para fora do auditório.

O mesmo semanário relata que, já no exterior a intimidação continuou, desta vez também por parte de elementos da segurança pessoal de André Ventura.

Em comunicado, a Universidade Católica reagiu logo após o caso, na terça-feira à tarde, afirmando repudiar “qualquer tentativa de limitação do direito à informação e intimidação de jornalistas”, e lamentando “profundamente” o episódio. A Universidade também criticou a “manipulação deliberada das normas de acesso ao evento pelo partido convidado”.

O caso também motivou reação do Sindicato dos Jornalistas que o considerou um “atentado contra a liberdade de imprensa e contra a integridade física” do jornalista que estava em trabalho, recordando que se trata de um crime público desde 2018.

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