John Swinney é o terceiro primeiro-ministro da Escócia dos últimos 14 meses

John Swinney é o novo primeiro-ministro da Escócia, substituindo Humza Yousaf, que renunciou aos cargos de líder do Partido Nacional Escocês (SNP) e de primeiro-ministro da Escócia. A eleição de Swinney era já esperada, dada a aritmética parlamentar e o facto de os Verdes terem concordado em abster-se.

A crise política escocesa surgiu na sequência da crise desencadeada pelo fim da coligação governamental com o Partido Verde Escocês, devido a divergências sobre metas climáticas, sendo que os independentistas da Escócia escolheram John Swinney para assumir a chefia do Governo.

Já antes, o SNP esteve em turbulência desde que a primeira-ministra Nicola Sturgeon se demitiu abruptamente no ano passado durante uma investigação financeira que resultou em acusações criminais contra o seu marido Peter Murrell, que era o diretor executivo do partido.

Numa votação em Holyrood, o novo líder do SNP derrotou três candidatos rivais: Alex Cole-Hamilton, Douglas Ross e Anas Sarwar, respetivamente líderes dos Liberais Democratas Escoceses, Conservadores Escoceses e Trabalhistas Escoceses.

A sua nomeação vai ser carimbada pelo rei Carlos III antes da tomada de posse oficial no Tribunal de Sessão, esta quarta-feira.

Swinney, que tem 16 anos de experiência ministerial e liderou o SNP entre 2000 e 2004, tomará posse na semana em que o Parlamento escocês comemorou 25 anos desde a descentralização.

Foi nomeado líder do SNP sem oposição esta segunda-feira, depois de a potencial rival Kate Forbes ter optado por não concorrer – foi-lhe prometido um papel “significativo” no Governo de Swinney. “O facto de eu ser o único candidato mostra que o SNP está a unir-se novamente”, afirmou em conferência de imprensa, depois de prestar homenagem ao seu antecessor.

John Swinney prometeu esta segunda-feira trabalhar pela “unidade” e governar num espírito de “compromisso”, reiterando a luta pela independência.

O novo líder partidário prometeu permitir um “diálogo aberto e respeitoso” no SNP e, de um modo mais geral, “ouvir” todos os quadrantes do Parlamento escocês.

Comprometeu-se ainda a governar “de boa-fé com todos os que desejam juntar-se” e a “procurar um compromisso no interesse da Escócia”.

O Parlamento escocês é responsável por muitos domínios, incluindo a saúde e a educação, enquanto os assuntos externos e a defesa são da responsabilidade de Londres.

John Swinney foi vice-primeiro-ministro de Nicola Sturgeon entre 2014 a 2023 e abandonou o cargo quando Sturgeon se demitiu inesperadamente.

Anteriormente, tinha liderado o SNP entre 2000 e 2004, quando o partido estava na oposição.

Prevê-se também como grande desafios do novo líder o limitar da ascensão do Partido Trabalhista na Escócia, neste período que antecede as eleições legislativas deste ano.

John Swinney prometeu concentrar-se na “economia, no emprego, no custo de vida”, bem como no sistema de saúde, na educação e na crise climática, mas reiterou a ambição de ver a Escócia tornar-se independente e comprometeu-se a “convencer as pessoas” com “respeito e cortesia”.

A batalha pela independência está atualmente num impasse depois de o Supremo Tribunal do Reino Unido ter decidido, no final de 2022, que só o governo britânico poderia autorizar um novo referendo.

Na votação de 2014 o “não” à independência venceu com 55%.

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