Jogos Olímpicos: 37 atletas da equipa olímpica de refugiados vão representar em Paris centenas de milhões de pessoas sem casa e sem esperança

Os 37 atletas que vão integrar a equipa olímpica de Refugiados, em 12 desportos diferentes, já estão em França: na delegação, onde estão incluídos atletas, treinadores e funcionários, reuniu-se em Bayeux, na Normandia, desde o passado dia 19, uma oportunidade para os atletas se conhecerem e criarem ligações entre eles.

A equipa olímpica de Refugiados – que participa pela terceira vez consecutiva nuns Jogos Olímpicos – é constituída por 37 atletas de vários países, que competem em 12 desportos diferentes. É a maior equipa de sempre, refletindo o número crescente de refugiados a nível mundial.

A seleção é composta por desportistas de 11 nações, nomeadamente 14 do Irão, cinco da Síria e do Afeganistão, dois de Sudão, Eritreia, Etiópia, Sudão do Sul e Cuba, e um do Congo, dos Camarões e da Venezuela.

O sírio Yahya Al-Ghotany, que vai disputar a competição de taekwondo, e a pugilista camaronesa Cindi Ngamba vão ser os porta-estandartes da seleção de refugiados, conforme anunciou o Comité Olímpico Internacional (COI).

Yahya Al-Ghotany foi forçado a deixar a Síria com a sua família em consequência da guerra, acabando como refugiado no campo jordano de Azraq, onde começou a praticar o desporto de combate, com o apoio da Fundação Humanitária de Taekwondo.

“Vou pensar em todos os que me ajudaram nesta jornada, os meus amigos e a minha família, mas também nas mais de cem milhões de pessoas em todo o mundo que, como eu, tiveram de deixar as suas casas”, disse aos meios do COI o mais velho de sete irmãos, que se iniciou na modalidade há somente cinco anos, tendo alcançado o cinturão negro e o segundo ‘dan’.

“Somos 37 atletas para 120 milhões de refugiados no mundo e queremos sensibilizar as pessoas para o facto de que não somos apenas 37 atletas, mas centenas de milhões de refugiados que estão sem casa e não têm esperança. Esperemos que consigamos mudar alguma coisa”, salientou Saeid Fazloula, canoísta do Irão.

A cidade de Bayeux foi considerada o local ideal para a receção a esta equipa olímpica, pela riqueza da sua história e afinidade com quem vem de fora: durante a II Guerra Mundial, Bayeux foi a primeira cidade a ser libertada pelas tropas britânicas durante a Batalha da Normandia e foi lá que o general Charles de Gaulle fez dois discursos em que deixava claro que França estava ao lado dos aliados.

“O que é incrível para nós, ao acolhermos a delegação de refugiados olímpicos, é toda a diversidade que esta delegação nos pode trazer, e as associações desportivas de Bayeux estão totalmente envolvidas. Os habitantes vão poder encontrar-se com os desportistas, o que é uma mais-valia para nós”, diz Arnaud Tanquerel, vice-presidente da câmara da cidade.

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris tem lugar esta sexta-feira e decorrem até 11 de agosto.

equipa olímpica de Refugiados – que participa pela terceira vez consecutiva nuns Jogos Olímpicos – é constituída por 37 atletas de vários países, que competem em 12 desportos diferentes. É a maior equipa de sempre, refletindo o número crescente de refugiados a nível mundial

Ler Mais



Comentários
Loading...