João Galamba vai reocupar lugar no Parlamento como deputado
João Galamba vai reocupar o seu lugar no Parlamento como deputado até ao final da legislatura depois de ter pedido a demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, segundo revelou esta quinta-feira a rádio ‘TSF’. Recorde-se que a Assembleia da República vai estar em funções até 15 de janeiro, altura em que será dissolvida, sendo que as eleições legislativas estão agendadas para 10 de março.
A entrada de Galamba significa a saída de Paulo Marques, que enviou um e-mail aos colegas da bancada socialista, no qual se despede “na sequência do senhor ministro João Galamba e do seu regresso à Assembleia da República”.
O antigo ministro foi eleito pelo círculo eleitoral de Lisboa em janeiro de 2022, no 11º lugar na lista do PS, mas nunca assumiu a cadeira pois tomou posse como secretário da Estado da Energia, vindo mais tarde a render Pedro Nuno Santos como ministro das Infraestruturas.
João Galamba foi, indiscutivelmente, um dos elementos mais polémicos do Governo socialista e foi constituído arguido no âmbito da ‘Operação Influencer’. A operação da passada terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.
No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.
Na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, segundo Ministério Público (MP), podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.
O processo visa as concessões de exploração de lítio de Montalegre e de Boticas, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um centro de dados na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.