JMJ: Do polémico altar-palco ao Parque Tejo, saiba como estão a andar as obras para o evento

A dois meses daquele que é considerado o maior evento da Igreja Católica, são revelados dados sobre o andamento das obras nos terrenos de Lisboa e Loures que vão receber um milhão de jovens de todo o mundo.

A capital portuguesa vai acolher de 1 a 6 de agosto a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que contará com a presença do Papa Francisco de 2 a 6 de agosto.

Área do recinto principal da JMJ
O principal recinto do evento, no Parque Tejo-Trancão (Lisboa e Loures), tem uma área de cerca de 100 hectares (ha), equivalente a 12 campos de futebol e a praticamente o dobro da área do Estado do Vaticano (44 hectares).

Fica localizado na zona do antigo Aterro Sanitário de Beirolas, dividindo-se por 38 ha junto à foz do Rio Trancão, em Lisboa, e por 75 ha de uma longa faixa ribeirinha, em Loures.

É no Parque Tejo-Trancão que se vão realizar a Vigília e a Missa Final, presididas pelo chefe da Igreja Católica, nos dias 5 e 6 de agosto, respetivamente.

O que inclui o Parque Tejo

5.000 casas de banho, dezenas de tendas de assistência e 60 torres multimédia com ecrãs e colunas.

Um dos projetos que foi equacionado, mas que acabou por ser descartado pelas Câmaras de Lisboa e Loures, foi a colocação de uma ponte militar, que representaria um investimento de cerca de um milhão de euros, suportado a meias pelos dois municípios.

Para unir as duas margens está a ser construída uma ponte ciclável, da responsabilidade da EMEL (Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa) que representa um investimento de 4,2 milhões de euros

Segundo adiantou há duas semanas o coordenador escolhido pelo Governo para a JMJ, José Sá Fernandes, numa entrevista à agência Lusa, não vão ser construídas sombras, nem áreas de estar ou de repouso.

As obras de Loures
Do lado de Loures são esperados 870 mil peregrinos nos cerca de 75 hectares dos terrenos na margem norte do Rio Trancão.

Este recinto vai ter 416 pontos de água (um baixo rácio de pontos de água por peregrino), 90 pontos de som e 35 torres multimédia, de onde os peregrinos mais afastados do palco poderão ver o Papa e acompanhar as cerimónias.

À data de hoje estão a ser concluídos os trabalhos de modelação dos terrenos e da instalação da rede de abastecimento de água, prevendo a autarquia ter estas obras concluídas em 20 de junho.

Posteriormente, será levado a cabo a colocação da rede elétrica provisória.

A vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Sónia Paixão (PS), indicou que se mantém a estimativa de investimento de cerca de 10 milhões de euros.

As obras de Lisboa e o polémico altar palco
É nos cerca de 38 hectares de terreno pertencentes a Lisboa que ficarão instaladas as principais infraestruturas de suporte à JMJ, nomeadamente o altar palco.

A dois meses do evento, os trabalhos de terraplanagem e de infraestruturação dos terrenos estão concluídos e as obras de construção do altar palco decorrem “a bom ritmo”, prevendo-se que estejam concluídas durante o mês de junho, adiantou à Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Anacoreta Correia (CDS-PP).

O altar palco, de 3.250 metros quadrados, esteve envolto em polémica devido ao valor de construção, tendo sido redimensionado.

Inicialmente orçado em 4,2 milhões de euros, o altar palco tem agora um custo estimado de 2,98 milhões.

Também deste lado, a ponte ciclável, da responsabilidade da EMEL (Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa), e que representa um investimento de 4,2 milhões de euros, deverá estar concluída dentro de duas semanas.

No Parque Eduardo VII, centro da cidade de Lisboa, será também instalado um palco 25 hectares (equivalente a três campos de futebol).

É aqui que arranca oficialmente, dia 1, à tarde, a JMJLisboa2023.
Será celebrada uma missa de abertura presidida pelo anfitrião do encontro, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

É também neste palco que se realiza a cerimónia do acolhimento presidida pelo Papa Francisco, em 3 de agosto.

Segundo a autarquia, será montado durante o mês de junho o estaleiro de obras para preparar este recinto.

Em termos globais, a Câmara de Lisboa estima investir cerca de 35 milhões de euros nas tarefas que lhe foram distribuídas.

JMJ em Oeiras
Entre 1 e 7 de agosto estão previstas várias iniciativas com os voluntários que irão participar na JMJ, prevendo-se que estejam em Oeiras entre 20 a 50 mil jovens voluntários por dia.

O ponto alto é no dia 6 de agosto, no Passeio Marítimo de Algés, no qual o Papa se encontra com os voluntários.

De acordo com o memorando de entendimento, aprovado em fevereiro pela Câmara de Oeiras, o município compromete-se a instalar nesse recinto dois palcos, um de “10 por 10 metros e outro de 20 por 10 metros, uma área para coro lateral”, bem como a iluminação do recinto e a delimitação e acessos ao local e outras estruturas de segurança.

O investimento, embora ainda não estando totalmente finalizado, deverá rondar os 1,5 milhões de euros.

Plano de gestão dos resíduos de Loures
A gestão do lixo produzido durante a Jornada Mundial da Juventude é da responsabilidade das autarquias de Loures e de Lisboa.

No caso do município de Loures, a Câmara Municipal elaborou, em conjunto com os Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos (SIMAR), um plano de gestão de resíduos, que contempla o reforço de contentores, de viaturas e de trabalhadores.

A autarquia pretende adquirir 84 contentores, com capacidade para 2.500/3.000 mil litros e distribuí-los pelas 10 freguesias do concelho.

Foram também adquiridos recipientes para resíduos mais pequenos para serem colocados no terreno que irá acolher a JMJ.

Ainda neste âmbito a Câmara Municipal de Loures vai afetar 13 viaturas e mobilizar 400 voluntários e mais de 50 funcionários municipais.

Plano de Resíduos de Lisboa
Vários autarcas de freguesia têm manifestado a sua preocupação com a limpeza urbana durante os seis dias em que decorre a JMJ.

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Anacoreta Correia, reconheceu que a questão dos resíduos é “uma das mais desafiantes” para a organização deste evento.

O autarca estima que durante a realização da JMJ Lisboa tenha o triplo da sua população residente e alerta para a necessidade de os serviços estarem na sua capacidade máxima.

“Aquilo que eu tenho transmitido aos trabalhadores é que é o mesmo a termos seis noites de Santo António seguidas”, advertiu, ressalvando que estão a ser mobilizados “todos os meios”.

Acolhimento em Loures
A autarquia estima acolher no concelho cerca de 25 mil peregrinos e vai mobilizar para o efeito escolas e pavilhões.

Neste momento, a Câmara Municipal de Loures tem registado 215 locais para pernoita de peregrinos e uma capacidade, ao dia de hoje, de 20 mil pessoas.

No início do mês, em declarações à Lusa, o coordenador do Comité Organizador da JMJ da Diocese de Lisboa, João Clemente, referiu que até àquele momento tinham sido registadas 4.500 famílias de acolhimento de peregrinos e identificados 1.621 espaços coletivos de alojamento.

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