JMJ: Costa admite que “haverá problemas”, mas garante que está tudo “pronto para as eventualidades”

António Costa admitiu esta segunda-feira que poderão “haver coisas que não vão correr bem” na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa amanhã em Lisboa, e que trará o Papa Francisco de volta a Portugal.

O primeiro-ministro esteve de visita ao Parque Tejo na manhã desta segunda-feira e desvalorizou o custo que o evento da Igreja Católica teve para o Estado, na organização e infraestruturas.

“Para qualquer evento internacional que ocorra, o que o Estado tem estado a fazer, faz neste evento como tem feito em outros”, disse Costa, lembrando a final da Champions em Lisboa, a Web Summit e outros exemplos. “Cada coisa tem o seu custo”, continuou Costa, defendendo que há que ver “o que é o benefício” da realização do maior evento mundial da Igreja católica.
“Um evento desta natureza tem um valor imaterial imenso. Representa a convocação da juventude pelo papa Francisco, numa altura em que a humanidade enfrente desafios imensos para o futuro. A convocatória para jovens de tudo o mundo participarem num evento de celebração espiritual, convívio de de reflexão e partilha de experiências para o futuro, é maravilhoso”, afirmou Costa.

O primeiro-ministro referiu vantagens para a “projeção internacional do País”, que “não tem a ver com o ganho imediato. “É todo o ativo que fica para o futuro”; sustentou, referindo a “curva do turismo” que cresce após eventos desta magnitude, dando como exemplo o Euro 2004.

“O evento tem em si quer um efeito catalisador, quer um efeito de retorno imediato. Retorno imediato porque estas centenas de milhares de pessoas que vieram a Portugal para este evento são pessoas que estão a consumir nos restaurantes, nos cafés, estão a instalar-se nos diferentes estabelecimentos da hotelaria, estão a circular nos nossos meios de transporte e, porventura, irão comprar mais alguma coisa”, disse António Costa durante uma visita ao recinto da JMJ.

O primeiro-ministro assinalou que a realização da JMJ em Lisboa “mostra que Portugal é um País capaz de organizar eventos desta dimensão”.

Aliás, o primeiro-ministro fez questão de sublinhar que, apesar das dúvida que muitos levantaram, “está tudo pronto” para a JMJ. No entanto, Costa admite que os imprevistos fazem também parte de organizar um evento deste impacto.

“O que é importante é que hoje, como diz o senhor presidente da Câmara [Municipal de Lisboa], é que está tudo pronto para se iniciar e para decorrer [a JMJ]” afirmou António Costa durante uma visita ao recinto da JMJ.

Além de estar tudo pronto, o líder do Governo referiu que está igualmente tudo preparado para que as coisas corram bem e “seguramente vão correr bem”.

E acrescentou: “Venha sua santidade, venham os peregrinos e celebremos esta grande Jornada Mundial da Juventude e possamos fruir para todo o sempre desta qualidade acrescida que as nossas cidades vão ter com a requalificação destas frentes [ribeirinhas]”.

“Vai correr tudo bem? Vamos ver. Seguramente haverá coisas que não vão correr bem. Não faltarão notícias. Há pessoas que vão desmaiar com o calor e desidratação, haverá carteiristas,… Todas essas coisas vão haver, porque é um evento com centenas de milhares de pessoas. As coisas vão correr bem, sim, estão preparadas para correr bem, e seguramente vão correr bem”, sustentou António Costa, questionado pelo jornalistas.

Após reunir com os responsáveis do Serviço de Informações de Segurança, Costa disse que há “segurança garantida” na JMJ, ainda que possa ocorrer “algum desacato” pontual.

“Este evento requer uma mobilização sem precedentes de todas as forças de segurança e foi isso que vim aqui verificar. Temos boas razões para estarmos confiantes no trabalho de preparação e no estado de prontidão das diferentes forças”, afirmou António Costa, recordando também outros eventos internacionais em que não houve problemas de segurança.

“Temos forças e serviços de segurança que têm demonstrado estar prontos para as eventualidades, prevenindo qualquer problema que possa ocorrer”, defendeu.

António Costa disse que “o espiritual ficará seguramente no coração dos crentes, no coração de toda esta geração que vai participar e daquilo que chegará a cada canto do mundo da mensagem que Sua Santidade aqui deixará às novas gerações”.

“Mas do ponto de vista material são mesmo os três municípios, em particular Lisboa e Loures, que vão ser os grandes beneficiários líquidos de todo investimento que foi feito na transformação deste território”, salientou.

Costa esteve hoje na sede do Sistema de Segurança Interna, em Lisboa, onde assistiu a um ‘briefing’ sobre a articulação e coordenação dos diferentes comandos operacionais e táticos.

Momento antes, passou também pela última reunião da Comissão de Acompanhamento antes do arranque da JMJ.

O primeiro-ministro – que esteve acompanhado pela ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e também pelo presidente da Fundação JMJ, bispo Américo Aguiar – agradeceu o trabalho das diferentes entidades envolvidas em todos os aspetos de preparação da jornada.

O chefe de Governo destacou o trabalho das autarquias envolvidas, que considerou “imprescindível, porque sem os municípios não era possível a realização desta jornada”.

“Obviamente ao município de Lisboa, que desde a primeira hora foi parceiro deste projeto, o município de Loures, que agarrou com as duas mãos esta grande oportunidade de transformação da frente ribeirinha da Bobadela, e um agradecimento muito especial à Câmara de Oeiras que, num momento muito difícil destas jornadas, se chegou à frente, como aliás é hábito do município de Oeiras, e respondeu presente e onde via problemas apresentou soluções e ajudou a resolver muitos dos problemas”, salientou.

António Costa afirmou também que “as jornadas só agora vão começar e, portanto, se a preparação foi exigente, esta semana será seguramente bastante mais exigente, mas também mais gratificante”, defendendo que, para quem serve a causa pública “quanto mais exigente” o desafio, “mais prazer” dá.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ realiza-se em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.

*Com Lusa

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