Japão aboliu oficialmente as disquetes: relembre outros ícones tecnológicos que deixaram saudades

Mais de cinco décadas depois de ter sido feita a primeira disquete, o Japão aboliu oficialmente o icónico dispositivo: o Governo japonês revogou todas as 1.034 regulamentações sobre o uso do dispositivo, que datam do final da década de 1960 – de forma surpreendente, no Japão ainda era exigido que os seus cidadãos enviassem documentos armazenados em disquetes pelo correio.

Em homenagem a esta ‘relíquia’, vamos relembrar alguma da tecnologia mais retro que as gerações mais velhas ainda têm dificuldade em dizer adeus – enquanto confunde as crianças de hoje. Do pager ao fax, passando pelo retroprojetor, quantos destes se lembra de utilizar?

Disquete

A disquete, inventado e produzido pela gigante de tecnologia norte-americana IBM em 1967, já foi o formato preferido para armazenar arquivos e transferi-los entre computadores.

Uma disquete é um círculo flexível de plástico – a parte “disquete” – que é revestido com um material magnético e envolto numa caixa de plástico quadrada e rígida. Os dados eram organizados na superfície do disco magnético em trilhas “concêntricas”, muito parecidas com as ranhuras em forma de anel de um disco de vinil. Quando inserido na unidade de disquete de um computador, era aberta uma porta deslizante de metal para expor o círculo magnético interno para ler os dados.

Acabaram por se tornar obsoletos devidos aos discos compactos, aos USB e pen drives – de acordo com a IBM, a disquete “revolucionou realmente a maneira como as pessoas trabalhavam e rapidamente se tornou o meio de armazenamento mais usado”.

Foram vendidos mais de 5 mil milhões por ano em todo o mundo, no pico, em meados da década de 1990: agora, os pequenos quadrados de plástico são uma lembrança que desaparece rapidamente para alguns e é irreconhecível para outros.

Máquina de fax

A icónica máquina de fax – formalmente conhecida como aparelho de fac-símile – já foi um item comum em escritórios e até mesmo em residências até à década de 2000.

As máquinas de fax permitiam aos utilizadores funcionam enviar uma cópia exata (um “fac-símile”) de uma página de texto ou imagens ao destinatário, usando uma linha telefónica para tal. Eram populares para transações de alto valor com prazos apertados – como vendas de imóveis ou transferências de jogadores de futebol.

A tecnologia por trás do aparelho de fax foi patenteada pela primeira vez em 1843, mais de três décadas antes do inventor escocês Alexander Bell fazer o mesmo com o telefone. Mas o crescimento das mensagens digitais através de telemóveis e laptops tornou o aparelho de fax menos útil para empresas e indivíduos.

Cassete

Antes do Spotify em smartphones, iPods e MP3, colocar uma cassete no nosso walkman era o método dominante de ouvir música em qualquer lugar. Assim como uma disquete, uma cassete é uma estrutura plástica retangular que envolve dois carretéis giratórios com fita adesiva enrolada. A fita tem um revestimento magnético que é usado para codificar um sinal de áudio.

Quando inserida num walkman, a fita passa por uma cabeça eletromagnética para reprodução de áudio.

Após o sucesso nas décadas de 1970 e 1980, o formato começou a perder popularidade na década de 1990, quando os compradores de música optaram por CD.

No entanto, o saudosismo permanece, de acordo com o ‘Daily Mail’: segundo a British Phonographic Industry (BPI), foram vendidas mais de 185 mil cassetes no Reino Unido em 2021 – um aumento de quase 20 mil unidades em relação a 2020 e as maiores vendas registadas desde 2003.

CD Player Portátil

Embora não esteja a passar por um renascimento como o vinil, o CD ainda é amplamente vendido e comprado. Mas, ainda assim, o CD player portátil parece ter morrido, tornando-se uma visão rara, apesar de caber facilmente dentro de uma bolsa ou bolso.

Mais uma vez, a proliferação de smartphones e aplicações que oferecem uma biblioteca exaustiva de músicas pode ser a culpada por isso.

VHS

Certamente um dos produtos mais amados da década de 1990 foi o VHS, o formato dominante para assistir filmes e programas de TV antes da existência dos DVD, Blu-ray e streaming.

VHS, abreviação de ‘video home system’, usava fita magnética assim como a cassete, embora muito maior e mais robusta. Foi desenvolvido pela empresa japonesa JVC e, após o seu lançamento ao consumidor em setembro de 1976, desencadeou uma revolução no entretenimento doméstico.

Retroprojetor

Um item essencial nas salas de aula da década de 1990 era o desajeitado, mas adorável, retroprojetor, que usa luz para projetar uma imagem ampliada numa tela em branco.

A luz da base do dispositivo é usada para iluminar uma folha de projetor de plástico transparente com imagens ou texto escrito nela com tinta de caneta – como uma equação matemática ou um gráfico complicado.

Os portugueses de uma certa idade certamente lembrar-se-ão do tédio dos professores a colocar folha após folha no retroprojetor durante uma aula – viria a ser ‘rendido’ pelo PowerPoint e enormes quadros brancos com tela sensível ao toque.

Pager

É difícil imaginar uma época em que o WhatsApp não fosse o meio mais utilizado para enviar e receber mensagens de texto e voz, mas o pager foi um grande pioneiro nesse sentido.

Também conhecido como ‘bip’, o dispositivo de telecomunicações sem fio emitia um ‘bip’ ou vibrava ao receber transmissões de outras pessoas.

Uma tela no pager mostrava mensagens alfanuméricas, como um número de telefone. Os pagers unidirecionais apenas recebem mensagens, enquanto os pagers de resposta e os pagers bidirecionais também reconhecem e respondem às mensagens através um transmissor interno.

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