Janeiro foi o mais quente dos últimos 58 anos, aponta IPMA: termómetros estiveram 2,37°C superiores ao valor normal

O mês passado foi o terceiro janeiro mais quente desde o início dos registos (1931) e com as temperaturas mais altas dos últimos 58 anos, revelou esta segunda-feira o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera).

“Temos tido temperaturas amenas praticamente durante todo o mês, mas foram nos 10 últimos dias do mês que se registou valores mais altos de temperatura – foram ultrapassados valores para o mês de janeiro em algumas estações meteorológicas. Houve uma onda de calor, que é pouco frequente para esta época do ano”, realçou Vanda Pires, climatologista do IPMA, em declarações à rádio ‘Antena 1’.

A onda de calor fez-se notar “a partir do dia 21/22 de janeiro”. “Os últimos 10 dias foram os mais quentes do mês”, apontou.

Em comunicado, o IPMA salientou que janeiro de 2024 foi o mais quente já registado a nível global, com uma temperatura média de 13,14°C, 0,7 °C acima do valor médio 1991-2020. Estima-se que o mês tenha sido cerca de 1,66°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900.

“Em Portugal continental o mês de janeiro foi extremamente quente em relação à temperatura do ar e chuvoso em relação à precipitação”, apontou o organismo, referindo que “foi o 3º janeiro mais quente desde 1931 e o mais quente dos últimos 58 anos. O valor médio da temperatura média do ar, 11,25 °C, foi 2,37 °C superior ao valor normal 1981-2010”.

“O valor médio da temperatura máxima do ar, 15,48 °C, com uma anomalia de 2,31 °C, foi o mais alto desde 1931, seguido de 2022. O valor médio da temperatura mínima do ar, 7,03 °C, foi 2,42 °C superior à normal, sendo o 7º mais alto desde 1931”, referiu.

“Em relação à precipitação, registou-se um total de 123.4 mm que corresponde a 118% do valor médio 1981-2010. Durante o mês registou-se precipitação nos primeiros 20 dias do mês, sendo os últimos 10 dias caracterizados pela ausência de precipitação na generalidade do território.”

“No fim do mês verificou-se uma diminuição da área e da intensidade em seca meteorológica na região Sul, no entanto o sotavento Algarvio ainda se mantém na classe de seca moderada. A 31 de janeiro 20 % do território estava em seca meteorológica (fraca, 18 % e moderada, 2 %)”, finalizou o IPMA.

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