Já pode consultar dados sobre a banca portuguesa entre 1990 e 2018

Pela primeira vez, é possível ter acesso a dados sobre indicadores financeiros, empréstimos a clientes e taxas de juros, recursos humanos, distribuição de agências e sistemas de pagamentos no mercado português relativamente ao período que vai de 1990 a 2018. O Banco de Portugal juntou na mesma base dados todos os conteúdos que poderão ser relevantes para investigadores interessados no sector bancário.

Séries Longas – Setor Bancário Português 1990-2018” é uma compilação que disponibiliza informação integrada, consistente e escrutinada para um período alargado de tempo, segundo aponta o Banco de Portugal. “Esta base de dados explicita também o perímetro de consolidação dos vários grupos bancários a nível das instituições financeiras residentes”, acrescenta ainda a instituição, em comunicado. Todos os anos, será actualizada.

Entre as principais conclusões destaca-se a definição de dois períodos de importantes operações de fusão e aquisição: 1995 e 2000. Sendo que a década de 90, no geral, representou uma época frutífera no que à concentração do sector bancário diz respeito.

Destaca-se também a expansão da banca portuguesa além-fronteiras, tendência que inverteu a marcha com a crise financeira. A partir de 2012, o cenário tem sido de redução da actividade internacional.

“Séries Longas – Setor Bancário Português 1990-2018” sublinha ainda como, em território nacional, a criação de novas agências, incluindo em concelhos mais pequenos, foi um fenómeno generalizado aos vários grupos bancários até 2010. Desde então, o movimento tem sido o contrário.

No mesmo sentido, regista-se um corte no número de trabalhadores. Contudo, o Banco de Portugal considera que o sector é caracterizado pela predominância de colaboradores com muitos anos de experiência e de idade.

A margem financeira, por seu turno, também não escapou a esta onda de reduções. Ao longo dos últimos 30 anos, Portugal foi alvo de uma quebra expressiva das taxas de juro e das margens de intermediação financeira, a par de uma forte desaceleração de crédito. “Durante vários anos, essa evolução foi sendo compensada por um aumento de outros proveitos, como as comissões, e uma redução de custos”, assinala o Banco de Portugal, ressalvando que esta lógica chegou ao fim em 2007.

Por fim, a compilação apresentada hoje coloca em evidência o aumento nos níveis de liquidez na sequência da crise financeira e do ajustamento da economia portuguesa a esta realidade. O rácio entre crédito e depósitos recuou de cerca de 150% em 2010 para menos de 90% em 2018. Os níveis de solvabilidade, por outro lado, saltaram.

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