Já começou a corrida do capital estrangeiro ao mercado de capitais chinês. Nem EUA escapam. Adivinha porquê?

O interesse de investidores institucionais estrangeiros pelo mercado chinês de ações e obrigações chinesas aumentou nos últimos meses, como fruto do alívio da repressão financeira perpetrada por Pequim.

“Desde que, em novembro do ano passado, abrandámos as restrições relativas ao investimento de capital estrangeiro na China, a procura pela licença de Investidor Institucional Estrangeiro Qualificado (QFII) aumentou”, garantiu hoje o responsável pelo regulador chinês para os mercados financeiros, Vicky Tsai.

A participação dos estrangeiros no mercado de ações A da China continental subiu em março para 4,27%, uma subida considerável face aos 3,35% observados no mês homólogo do ano passado, mas uma descida digna de nota tendo em conta os 4,34% registados em dezembro e explicados pela ligeira desaceleração do mercado chinês face ao boom de capitais de outros mercados asiáticos e dos EUA. Pequim espera que esta participação chegue aos 15% dentro de 10 anos.

A participação estrangeira no mercado de obrigações chinesas – a segunda maior do mundo depois dos EUA – atingiu os 3,44% em abril, um crescimento face aos 3,2% contabilizados em dezembro, segundo a Natixis.

Grande parte deste resultado no mercado obrigacionista deve-se, não só ao facto de Pequim ter abrandado a repressão financeira, como também pelo FTSE Russell ter adicionado oficialmente o mercado chinês ao globalmente reconhecido Índice Mundial de Obrigações.

As finanças são das poucas áreas de negócio em que Pequim tende a abrir os braços aos estrangeiros, inclusive aos norte-americanos. Apesar de, em 2020, o investimento direto dos EUA no mercado chinês ter caído para os 79 mil milhões de euros, a maior queda desde 2004, várias empresas norte-americanas já prometeram mudar completamente este cenário.

Há duas semanas, a BlackRock anunciou uma joint venture, já com a luz verde de Pequim,  com uma empresa subsidiária do China Construction Bank (CCB) e da Temasek de Singapura. A BlackRock terá 50,1%, das participações sociais, enquanto a Temasek assumirá 9,9% e a subsidiária e o CCB se responsabilizará pelo restante.

Para além disso, a Goldman Sachs prepara-se para contratar 320 funcionários na China continental e em Hong Kong, 100 serão contratados já este ano.

Estará um dos maiores bancos da América a preparar-se para ampliar o investimento em terras de Xi Jinping? Segundo algumas fontes da instituição financeira, contactadas pela Bloomberg, tudo leva a crer que sim.

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