IVA 0: “São bastantes mais os produtos que aumentam” e, sem medidas, as contas serão “ainda mais difíceis” em janeiro, avisa Deco

A medida do IVA zero num cabaz determinado de 41 alimentos acaba já no final do ano e, a cerca de um mês do seu fim, os efeitos de alívio na carteira dos portugueses já de desvaneceram há algum tempo: Comparando o preço do cabaz a 22 de novembro com o mesmo no dia antes da entrada em vigor da medida, regista-se um aumento de preço de 3,15 euros, dos 138,77 euros para os 141,92 euros.

Desde o final de setembro que, segundo indicam as contas da Deco/Proteste, o cabaz de 63 produtos essenciais, que a associação acompanha, tem aumentado consecutivamente, e atinge valores recorde.

No que respeita aos produtos abrangidos pela medida IVA zero, a Deco assinala à TSF que “são bastantes mais os produtos que aumentam, numa percentagem com uma expressão muito superior àqueles que ou estabilizam ou eventualmente diminuíram o preço”.

Uma análise, facultada pela Deco/Proteste à Executive Digest revela isto mesmo. Desde 17 de abril e até á semana passada, os produtos que mais reduziram de preço foram o óleo alimentar (38%), a cenoura (17%), o tomate (15%), a massa esparguete (14%), a cebola (11%) e a manteiga com sal (11%). Por outro lado, o espectro dos aumentos é bem mais expressivo: conta-se no mesmo período um aumento de preços nos brócolos (56%), laranja (46%), alface frisada (37%), azeite virgem extra (34%), pescada fresca (30%) ou maçã gala (16%).

A Deco assinala por isso que, neste momento, a medida não tem “qualquer tipo de impacto” nos preços dos produtos nas prateleiras e antecipa “contas ainda mais dificultadas” para os portugueses a partir de janeiro, com o final do IVA zero.

“Em teoria, desde logo, temos um aumento esperado de pelo menos 6%, na medida em que o IVA vai ser reposto. A grande expectativa é perceber como é que vai ser o comportamento dos preços até ao final do ano”, aponta a diretora de comunicação Rita Rodrigues, explicando que a tendência de aumento de preços verificada nas últimas semanas deverá manter-se até ao final do ano.

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