Israelitas voltam a sair hoje à rua para pressionar Netanyahu a negociar libertação dos reféns do Hamas

Vai decorrer este sábado, em Telavive, uma manifestação contra o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para pressionar o Governo israelita sobre a libertação dos reféns do Hamas.

Este será o terceiro sábado consecutivo em que ocorrem protestos deste tipo na capital financeira de Israel contra a gestão governamental da guerra em Gaza, que estourou há quase nove meses.

Recorde-se que na passada quinta-feira milhares de pessoas manifestaram-se em Jerusalém e em outras cidades israelitas contra o Governo de Benjamin Netanyahu, acusando-o o primeiro-ministro de sabotar o acordo de libertação de reféns e mergulhar Israel no abismo.

Por detrás de uma faixa preta, vermelha e branca onde se lia “Netanyahu põe em perigo a segurança de Israel”, milhares de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade a caminho da residência de Netanyahu, na rua Azza, onde terminará o protesto.

“O tempo está a esgotar-se: há um acordo em cima da mesa!”, é um dos slogans difundidos pelo movimento antigovernamental Bandeiras Negras nos seus canais digitais durante a marcha.

O movimento acusa o primeiro-ministro de “abandonar o norte” do país e exige que Netanyahu chegue a um pacto com o Hamas que garanta o regresso em segurança dos 120 reféns que ainda se encontram em Gaza (116 deles raptados nos ataques islamitas de 7 de outubro, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas).

Também em Telavive, o movimento pró-democracia israelita convocou uma manifestação em que centenas de pessoas marcharam até à sede do Ministério da Defesa.

Paralelamente aos protestos em Jerusalém, os Bandeiras Negras convocaram uma outra marcha na cidade costeira de Cesareia, no norte do país, onde se situa a outra residência privada do primeiro-ministro e líder do partido de direita Likud.

O diário israelita ‘Haaretz’ noticiou ainda uma manifestação contra a guerra em Haifa, também na costa norte, onde quatro pessoas foram detidas depois de a polícia ter declarado a reunião como ilegal.

Os manifestantes apelaram igualmente à realização de eleições antecipadas no país, uma opção cada vez mais exigida pelos israelitas, segundo uma sondagem de meados de junho do diário Maariv, que situa em 57% o número de pessoas que desejam ir às urnas.

A par da convocação de eleições, os manifestantes exigem o regresso de milhares de israelitas retirados, tanto no sul (perto da fronteira com Gaza) como no norte (ao longo da fronteira com o Líbano), onde mais de 60.000 pessoas continuam a viver em hotéis e outros alojamentos financiados pelo Estado, na sequência do aumento das hostilidades com a milícia xiita libanesa Hezbollah.

No centro dos protestos de hoje está a exigência de um acordo de cessar-fogo em Gaza que permita o regresso dos reféns que ainda se encontram no enclave palestiniano.

Dos 251 raptados em 7 de outubro, 116 permanecem em cativeiro, pelo menos 40 dos quais mortos, segundo Israel – mais de 70, segundo o Hamas – enquanto outros quatro reféns estão detidos há anos, incluindo dois mortos.

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