Israel pronta para começar a retirar palestinianos de Rafah, avança imprensa dos EUA

As Forças de Defesa de Israel (IDF) estão em preparativos avançados para evacuar civis palestinos da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, numa ação prevista antes de uma ofensiva planeada contra o Hamas, revela a imprensa norte-americana.

Citando fontes israelitas e egípcias, o Wall Street Journal informou que os planos de Israel preveem que as primeiras duas a três semanas da operação se centrarão na evacuação coordenada dos civis.

Esta complexa ação humanitária será realizada em colaboração com os Estados Unidos, Egito e outros países árabes, adiantam as mesmas fontes.

Os civis serão transferidos para a cidade vizinha de Khan Younis e outras áreas seguras da Faixa de Gaza. Israel tem a intenção de estabelecer abrigos provisórios equipados com tendas, alimentos e instalações médicas para acolher os palestinianos retirados de Rafah.

Após a evacuação, fontes oficiais indicaram que as IDF irão introduzir gradualmente as suas tropas em Rafah. O foco será em áreas onde a inteligência militar israelita acredita que líderes e operacionais do Hamas se encontram escondidos.

Rafah é identificada como o último grande bastião do Hamas na Faixa de Gaza. As IDF acreditam que quatro batalhões do grupo terrorista ainda estão intactos nesta região e acredita-se que muitos dos 129 reféns sequestrados durante os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro estão sequestrados nesta cidade.

Os oficiais egípcios envolvidos no planeamento da operação estimam que os combates em Rafah poderão estender-se por um período mínimo de seis semanas, embora o timing exato da ação militar permaneça incerto.

Um oficial de segurança israelita, sob anonimato, destacou a complexidade da operação, afirmando que as IDF “terão um plano operacional muito rigoroso devido à complexidade da situação”. “Existe simultaneamente uma resposta humanitária em curso”, sublinhou.

No entanto, estas medidas encontram resistência por parte dos Estados Unidos. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, declarou: “Não queremos ver palestinos evacuados de Rafah, a menos que seja para regressar às suas casas”. A administração Biden tem manifestado repetidamente a sua oposição a uma invasão massiva israelita em Rafah.

Os EUA argumentam que uma ofensiva em larga escala em Rafah poderia colocar em risco os palestinos, desestabilizar o principal ponto humanitário localizado no sul da Faixa de Gaza e ainda isolar Israel internacionalmente, sem, contudo, reforçar significativamente a sua segurança.

Em contrapartida, os EUA defendem uma abordagem mais focada, instando Israel a realizar operações cirúrgicas contra líderes do Hamas em Rafah. Esta estratégia seria coordenada com o Cairo, visando reforçar a fronteira entre o Egito e Gaza e impedir o contrabando de armas e a presença de elementos terroristas na região, como reportado pelo Times of Israel.

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