Israel procura mudanças no plano de tréguas para Gaza: acordo está mais difícil, explicam especialistas

Israel está à procura de mudanças no plano para uma trégua em Gaza e a libertação de reféns pelo Hamas, o que complica um acordo final para interromper nove meses de combates que devastaram o enclave, revela esta sexta-feira a agência ‘Reuters’.

De acordo com fontes da agência noticiosa, Israel diz que os palestinianos deslocados devem ser examinados quando regressarem ao norte do enclave quando começar o cessar-fogo, retirando-se de um acordo que permite que civis que fugiram para o sul regressem livremente para casa. Os negociadores israelitas “querem um mecanismo de verificação para as populações civis que regressam ao norte de Gaza, onde temem que essas populações possam apoiar” os combatentes do Hamas que permanecem entrincheirados lá, disse o responsável ocidental.

O grupo militante palestiniano rejeitou a nova exigência israelita, de acordo com fontes palestinas e egípcias. No entanto, um alto funcionário israelita disse que o Hamas ainda não tinha visto as últimas propostas, que deveriam ser divulgadas “nas próximas horas”. “As mensagens do Hamas são bizarras porque ainda não as enviámos, ninguém as leu ainda.”

De acordo com fontes egípcias, havia outro ponto de discórdia sobre a exigência de Israel de manter o controlo da fronteira de Gaza com o Egito, que Cairo rejeitou como fora de uma estrutura para um acordo final que possa ser aceite pelos dois lados.

Os Estados Unidos, o Qatar e o Egito têm mediado conversações indiretas entre Israel e o Hamas, centradas num quadro baseado numa oferta israelita e promovida pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que pressionou as partes para resolverem as suas diferenças remanescentes. O quadro prevê três fases, sendo a primeira um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de mulheres, idosos e reféns feridos em troca de centenas de prisioneiros palestinianos detidos por Israel – as negociações sobre a segunda fase – que Biden chama de “fim permanente das hostilidades” – continuariam na primeira fase. A grande reconstrução começaria na terceira fase.