Israel: Navios com 240 toneladas de ajuda humanitária voltam para trás sem descarregar, após ataque em Gaza

A frota naval que levava 240 toneladas de ajuda humanitária para Gaza voltou para a sua base, o Chipre, esta terça-feira, com grande parte da carga por entregar, depois de sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen (WCK), que coordenava a operação, terem morrido num ataque, ocorrido ontem.

Theodoros Gotsis, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Chipre, revelou que cerca de 100 toneladas de ajuda foram descarregadas antes da suspensão das operações pela World Central Kitchen. A organização internacional, reconhecida pelo seu compromisso humanitário, optou por fazer uma ‘pausa’ nas suas atividades após o trágico evento que vitimou sete dos seus membros num ataque que se acredita ter sido perpetrado por forças israelitas.

Em comunicado, a WCK diz que se trata de uma “tragédia” “imperdoável”, e indica que as vítimas eram cidadãos da “Austrália, Polónia, Reino Unido, um cidadão com dupla nacionalidade norte-americana e canadiana e três palestinianos”,

Recorde-se que o Chipre tem assumido um papel crucial na tentativa de estabelecer um corredor marítimo seguro para Gaza, utilizando o seu porto em Larnaca como base operacional. Contudo, estes esforços enfrentaram um revés significativo com a paragem das operações da World Central Kitchen, uma entidade que se destacava neste projeto. Os membros da ONG mortos no ataque estariam a viajar num carro blindado quando foram alvo de ataque.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Chipre, Constantinos Kombos, afirmou que a decisão de suspender as atividades em Gaza foi tomada em homenagem às vítimas e para uma revisão rigorosa dos protocolos de segurança em vigor.

Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro de Israel, reconheceu publicamente que as forças israelitas foram responsáveis pelo ataque fatal, e comprometeu-se a tomar todas as medidas necessárias para garantir que tais incidentes não se repitam no futuro.

Por sua vez, o Presidente de Chipre, Nikos Christodoulides, assegurou que os esforços para o envio de mais ajuda humanitária a Gaza prosseguirão. Destacou ainda que a construção de um cais flutuante financiado pelos Estados Unidos está prestes a ser concluída, o que será um elemento-chave para a continuidade destas operações de ajuda.

Apelo à Solidariedade e Proteção dos Trabalhadores Humanitários
Em resposta ao trágico acontecimento, Christodoulides fez um apelo veemente à comunidade internacional para intensificar os esforços em prol da população civil de Gaza. Salientou a imperativa necessidade de proteger os trabalhadores humanitários, sublinhando que estes devem beneficiar de “proteção total” enquanto desempenham o seu papel essencial, conforme estabelecido pelo direito humanitário internacional.

Ler Mais