Israel lança grande ataque contra Beirute após Netanyahu prometer na ONU que “não vai parar”. Quartel-general do Hezbollah foi um dos alvos

A cidade de Beirute foi abalada por uma série de explosões poderosas esta tarde, logo após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas que Israel está “a vencer” o confronto com o Hezbollah. As explosões, que ocorreram nos subúrbios do sul da capital libanesa, marcam o maior ataque a Beirute em quase um ano e intensificam ainda mais a crise no Médio Oriente.

As explosões, que ocorreram nos subúrbios do sul da capital libanesa, Dahieh, foram confirmadas como resultado de ataques aéreos israelitas que tinham como alvo principal o que é descrito como o “quartel-general” do Hezbollah, de acordo com as forças armadas de Israel.

Fontes de segurança locais confirmaram à agência de notícias Reuters que o ataque teve como alvo altos dirigentes da organização paramilitar libanesa, incluindo, possivelmente, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. A cadeia de televisão Fox News também relatou que o objetivo do ataque israelita seria eliminar Nasrallah, embora esta informação ainda não tenha sido oficialmente confirmada.

Este ataque representa a quinta vez que as forças israelitas bombardeiam Beirute numa semana, marcando o maior bombardeamento da capital libanesa desde que as hostilidades entre Israel e o Hezbollah aumentaram, há quase um ano. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o Hezbollah utilizava instalações militares construídas sob edifícios residenciais em Beirute para proteger as suas operações. Hagari declarou que a destruição do quartel-general do Hezbollah visava enfraquecer as infraestruturas militares do grupo.

Testemunhas relataram os meios de comunicação locais ter ouvido pelo menos seis explosões, com densas colunas de fumo a erguerem-se sobre o sul de Beirute, visíveis a partir de Batroun, uma cidade a cerca de uma hora de distância da capital. Fontes ligadas ao Hezbollah, através da Al-Manar TV, confirmaram que quatro edifícios foram destruídos durante os bombardeamentos. Vídeos captados no local mostram estruturas completamente colapsadas e focos de incêndio a arder sob os escombros, enquanto equipas de emergência se dirigiam à área afetada. Até ao momento, ainda não há informações oficiais sobre o número de vítimas.

O porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, confirmou o ataque e justificou que o quartel-general do Hezbollah tinha sido construído “sob edifícios residenciais em Beirute, de forma a usar civis como escudos humanos.” Esta estratégia de ataques direcionados a infraestruturas do Hezbollah segue a linha de ação declarada por Netanyahu durante o seu discurso na ONU.

Discurso de Netanyahu na ONU: “Não vamos parar enquanto o Hezbollah optar pela guerra”

Horas antes do ataque, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, fez um discurso inflamatório na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde defendeu a continuidade das operações militares contra o Hezbollah enquanto o grupo militante libanês mantiver a sua postura de confronto. “Israel quer a paz, mas não iremos parar enquanto o Hezbollah optar pela guerra”, afirmou Netanyahu, reforçando a ideia de que Israel está a enfrentar “inimigos selvagens que querem aniquilar-nos”.

Netanyahu também dirigiu duras críticas ao Irão, principal apoiador do Hezbollah, afirmando que “não há lugar no Irão onde o braço longo de Israel não possa alcançar” e alertando que, caso o Irão ataque Israel, este responderá de forma contundente. A crescente tensão entre Israel e o Hezbollah tem-se manifestado nos ataques recentes, com o primeiro-ministro israelita a reivindicar que Israel está “a vencer” e que já foram capturados ou mortos mais de metade dos combatentes do Hamas, além de terem sido destruídos 90% dos seus foguetes.

Comunidade internacional em alerta

A ofensiva israelita ocorre num contexto de intensas críticas da comunidade internacional e apelos para um cessar-fogo, num conflito que, segundo as autoridades libanesas, já resultou em mais de 600 mortes no Líbano nas últimas semanas. O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita rejeitou os pedidos internacionais para um cessar-fogo, indicando que as operações militares continuarão até que todos os objetivos sejam alcançados.

Netanyahu aproveitou o seu discurso para instar a comunidade internacional a tomar uma posição firme contra o Irão, acusando-o de patrocinar o terrorismo e instando o Conselho de Segurança das Nações Unidas a impor sanções mais severas a Teerão. “O mundo tem de decidir se quer paz e prosperidade ou carnificina e caos”, afirmou o primeiro-ministro, ao exibir mapas que, segundo ele, ilustravam o que chamou de “arco do terror” patrocinado pelo Irão.

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