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Israel: Hezbollah pressiona Hamas para deixar cair exigências no acordo de cessar-fogo, garante especialista
O Hamas estará a ser pressionado pelo seu aliado no Líbano, o Hezbollah, bem como por outros elementos da equipa que tem mediado as negociações com Israel, a deixar cair algumas das exigências que faz no acordo para um cessar-fogo em Gaza.
A garantia é dada pelo especialista em Assuntos Árabes Jacky Hugi, em entrevista à rádio israelita Army Radio.
“O Hamas está sob pressão interna e externa: um deles é o Hezbollah. Nas últimas semanas, [o seu secretário-geral Hassan] Nasrallah e os seus homens pediram ao Hamas que se consolidasse e alegaram que a exigência de libertar centenas de prisioneiros com sangue nas mãos é irrealista, e Israel não seria capaz de cumpri-la, mesmo se realmente quisesse”, explica o comentador.
Por seu lado, o Hezbollah, “pensa que esgotou esta guerra, mas não pode parar a sua iniciativa”.
“Quatro meses depois, Nasrallah esgotou esta luta e estava feliz por um cessar-fogo na Faixa de Gaza porque sente que conseguiu muito”, continua Hugi, que explica que “tudo o que acontecer daqui em diante já é perigoso” para o Hezbollah.
“Disseram ao [líder político do Hamas, Ismail] Haniyeh, que a sua abordagem ‘não é realista; e é preciso ser flexível”, termina.
Recorde-se que o Hamas apresentou uma contraproposta de um processo de cessar-fogo em três fases, ao longo de quatro meses e meio. No entanto, continua a exigir o fim permanente da guerra, o fim do bloqueio israelo-egípcio a Gaza, a reconstrução do enclave e a libertação de prisioneiros de segurança palestinos. Em comunicado, no início do mês, o grupo terrorista reconheceu que “se envolveu na proposta com um espírito positivo”, mas exigia um “cessar-fogo abrangente e completo, e o fim da agressão contra o nosso povo, e a garantia de ajuda, abrigo, a reconstrução, o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza e conclusão de uma troca de prisioneiros”.
Embora os pormenores do projeto de acordo não tenham sido publicados, informações apontam para a libertação dos 136 reféns mantidos pelo Hamas em cativeiro, alguns deles já mortos, em troca da libertação de mais de 100 prisioneiros palestinianos por refém, exigências que Israel rejeita.