![](https://executivedigest.sapo.pt/wp-content/uploads/2023/11/f-zjk0fxuaa3a5f.png)
Israel e Hamas chegam a acordo para mais dois dias de trégua, anuncia Qatar
Israel e o Hamas chegaram esta segunda-feira a um acordo para prolongar por mais dois dias a trégua na Faixa de Gaza, segundo anunciaram hoje as autoridades do Qatar, país que mediou as negociações.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, indicou, como parte das negociações em curso, que “foi alcançado um acordo para estender a trégua humanitária por mais dois dias” em Gaza, de acordo com uma mensagem publicada na rede social X.
The State of Qatar announces, as part of the ongoing mediation, an agreement has been reached to extend the humanitarian pause for an additional two days in the Gaza Strip.
— د. ماجد محمد الأنصاري Dr. Majed Al Ansari (@majedalansari) November 27, 2023
Este novo acordo também prevê nova troca de prisioneiros e reféns. Recorde-se que o acordo ainda em vigor, e que termina esta segunda-feira, para uma trégua temporária de quatro dias, previa a libertação de 50 reféns israelitas, a serem trocados pelo triplo de prisioneiros palestinianos.
O Hamas confirmou que a trégua com Israel na Faixa de Gaza, que expiraria na manhã de terça-feira, seria prorrogada até às 07:00 de quinta-feira (05:00 de Lisboa), depois de indicar que estava “trabalhar numa nova lista de reféns” a serem libertados.
O movimento palestiniano anunciou num comunicado de imprensa “um acordo com os irmãos qataris e egípcios para uma extensão da trégua humanitária temporária que será de dois dias adicionais com as mesmas condições da trégua anterior”.
Israel não confirmou ainda a extensão do acordo.
Anteriormente, al-Ansari tinha indicado que as partes estavam numa série de conversações com vista à prorrogação da trégua, que está em vigor há quatro dias, enquanto o Governo egípcio – que também atua como mediador – propôs a prorrogação de dois dias em troca da libertação de mais 20 reféns.
O Hamas, que assumiu o poder na Faixa de Gaza em 2007, também tinha indicado que estava a preparar uma nova lista de reféns a libertar, a fim de prolongar a trégua nos combates com Israel.
Apesar de alguns pequenos contratempos, ambos os lados respeitaram até agora o acordo, que resultou na libertação de 58 reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza e de 117 prisioneiros palestinianos em prisões israelitas.
A quarta troca está marcada para hoje e Israel já anunciou que recebeu uma lista dos próximos reféns que serão libertados.
Entre as 58 pessoas sequestradas e libertadas pelo Hamas desde sexta-feira estão 19 estrangeiros que não faziam parte do entendimento.
O acordo entre Israel e o grupo islâmico foi possível graças à mediação do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos e previa uma trégua de quatro dias, a entrada de ajuda humanitária em Gaza proveniente do Egito, bem como a libertação de um total de 50 reféns raptados em 07 de outubro e de 150 palestinianos detidos em prisões israelitas, todos menores ou mulheres.
Além disso, inclui a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e uma cláusula pela qual o acordo poderia ser prorrogado por até dez dias se o Hamas concordar em entregar pelo menos mais dez prisioneiros por cada dia adicional.
A trégua permitiu até agora a entrada de centenas de camiões carregados de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, sitiada e devastada por sete semanas de bombardeamentos israelitas em retaliação pelo ataque sangrento lançado pelo Hamas contra Israel em 07 de outubro e que deixaram cerca de 1.200 mortos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, a União Europeia e a NATO tinham apelado para a prorrogação do acordo.
A libertação de um maior número de reféns é exigida com veemência pela opinião pública israelita, traumatizada pelo ataque do Hamas há um mês e meio no sul do país.
Em resposta ao ataque do Hamas a 07 de outubro, Israel declarou guerra ao movimento islamita palestiniano e bombardeou intensivamente a Faixa de Gaza até as partes terem chegado a acordo para uma trégua de quatro dias.
Até ao início da trégua, os ataques do exército israelita em Gaza tinham matado mais de 14 mil pessoas, segundo o Hamas, que controla o enclave desde 2007.
*Com Lusa