Israel aprova “maior apropriação de terras na Cisjordânia em 30 anos”, acusa ONG

Israel aprovou recentemente a maior apreensão de terras na Cisjordânia ocupada das últimas três décadas, de acordo com um relatório da ‘Peace Now’, uma medida que irá agravar as tensões crescentes em torno do conflito em Gaza.

De acordo com a ONG, as autoridades israelitas aprovaram recentemente a apropriação de 12,7 quilómetros quadrados de terra no vale do Jordão, indicando tratar-se “da maior apropriação única aprovada desde os acordos de Oslo em 1993”, que dizem respeito ao início do processo de paz.

De acordo com o organismo, a recente aquisição de terras vai ligar assentamentos israelitas ao longo de um corredor crucial adjacente à Jordânia, um desenvolvimento que, garantem, ameaça a formação de um futuro estado palestiniano.

Israel ocupou a Cisjordânia, capturando-a à Jordânia na guerra de seis dias de 1967. Desde então, sucessivos Governos têm feito esforços para consolidar permanentemente o controlo israelita sobre a zona, em parte declarando grandes áreas como “terras estatais”, o que impede a propriedade privada palestina.

A recente expansão foi aprovada no final do mês de junho, mas foi divulgada apenas na passada quarta-feira e ocorre depois a apreensão de 8 quilómetros quadrados de terras na Cisjordânia em março e 2,6 em fevereiro.

Segundo o ‘Peace Now’, citado pelo jornal britânico ‘The Guardian’, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich “estão determinados a lutar contra o mundo inteiro e contra os interesses do povo de Israel em benefício de um punhado de colonos”.

“Hoje, está claro para todos que este conflito não pode ser resolvido sem um acordo político que estabeleça um Estado palestino ao lado de Israel”, acrescentou o grupo. “Ainda assim, o Governo israelita escolhe realmente dificultar isso.”

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, considerou tratar-se de “um passo na direção errada”, acrescentando que “a direção que queremos seguir é encontrar uma solução negociada de dois Estados”.

Em maio de 2023, Smotrich, que disse que a sua “missão de vida é impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano”, instruiu os ministérios do Governo israelita para que se preparassem para que mais 500 mil colonos israelitas se mudassem para a Cisjordânia ocupada.

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