Irmão de Navalny colocado na lista dos mais procurados da Rússia. Autoridades vão iniciar processo contra Oleg

As autoridades russas colocaram esta terça-feira o nome de Oleg Navalny, irmão do opositor russo Alexei Navalny, na lista dos mais procurados do País.

Segundo adianta a agência russa TASS, as autoridades do país vão dar início a um novo processo penal contra Oleg, de 40 anos.

Alexei Navalny já era procurado pelas autoridades russas, tendo sido condenado, em 2014, a três anos e meio de prisão por fraude num caso em que opositores do Kremlin e apoiantes de Navalny apontam que foi forjado para o pressionar.

Não é adiantado que artigo do código penal motiva a abertura do novo processo contra Oleg, nem que crimes estão em causa.

União Europeia exige investigação internacional e independente à morte de Navalny
“A Rússia deve permitir uma investigação internacional independente e transparente sobre as circunstâncias desta morte súbita. A UE, em estreita coordenação com os parceiros, não poupará esforços para responsabilizar a liderança política e as autoridades russas, e para impor consequências pelos seus atos, nomeadamente através de sanções”, disse o alto representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, citado em comunicado.

O chefe da diplomacia europeia disse que a UE “está indignada com a morte do político da oposição russa Alexei Navalny, cuja responsabilidade recai, em última instância, sobre o Presidente [da Rússia] Vladimir Putin e as autoridades russas”. “Alexei Navalny teve a coragem de regressar à Rússia após uma tentativa de assassinato com recurso ao agente neurotóxico ‘Novichok’, que está proibido pela Convenção sobre as Armas Químicas e da qual a Federação da Rússia é um Estado-parte”, acrescentou Borrell.

O opositor ao regime de Putin estava “a cumprir várias penas com motivações políticas numa colónia penal na Sibéria com condições rigorosas” e a UE considerou que foi transferido para este estabelecimento prisional para ficar isolado do resto do mundo. “O acesso a Alexei Navalny por parte da família estava restringido. Os seus advogados têm sido assediados e três deles encontram-se em prisão preventiva desde outubro de 2023”, referiu.

Para os 27, a “morte inesperada e chocante de Alexei Navalny é mais um sinal da intensificação da repressão sistemática na Rússia”.

Borrell apelou à libertação “imediata e incondicional” de todos os “presos políticos, incluindo Yuri Dmitriev, Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin, Alexei Gorinov, Lilia Chanysheva, Ksenia Fadeeva, Alexandra Skochilenko e Ivan Safronov”.

EUA pondera sanções adicionais contra Moscovo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar a ponderar novas sanções contra a Rússia, três dias após a morte do opositor russo Alexei Navalny. “Já temos sanções. Mas estamos a considerar outras sanções adicionais”, admitiu Biden, em declarações aos jornalistas, que já tinha culpado o Presidente russo, Vladimir Putin, pela morte de Navalny numa prisão no Ártico, anunciada na sexta-feira.

O chefe de Estado norte-americano acrescentou que espera que este caso da morte de Navalny sirva para realçar a importância de manter a ajuda militar à Ucrânia, depois de os Republicanos no Congresso dos EUA ameaçarem bloquear um novo pacote de financiamento.

Para Biden, o bloqueio deste novo pacote de ajuda pode ser um “erro colossal”, tendo-se disponibilizado para discutir o tema com o líder da maioria Republicana na Câmara de Representantes, Mike Johnson.

Paralelamente à ajuda financeira e militar à Ucrânia, Biden reconheceu agora que, como resposta à morte de Navalny, os Estados Unidos devem endurecer a política de sanções contra o regime russo de Putin.

Alexei Navalny, um dos principais opositores de Vladimir Putin, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos. Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

(EM atualização)