Iraque exibe novo drone militar comprado à China

O exército iraquiano recentemente exibiu um drone militar CH-5, fabricado na China, durante uma exposição em Bagdade, o que representa um sucesso dos esforços de Pequim em aumentar a presença dos seus equipamentos e tecnologia naquela região, após anos de atividades das Forças Militares dos EUA.

Jean-Loup Samaan, Investigador Sénior do Instituto do Médio Oriente da Universidade Nacional de Singapura, destaca que a China está a atender às necessidades de defesa de certos países do Médio Oriente, enquanto os Estados Unidos impuseram restrições às exportações militares para alguns países da região.

“Há um valor acrescentado dos sistemas militares chineses, que são produtos mais baratos e sem restrições, e também está relacionado com as dificuldades que os estados do Médio Oriente podem enfrentar no acesso a sistemas semelhantes nos EUA, muitas vezes devido a restrições às exportações e sanções”, resume o especialista à Newsweek.

A venda recente do drone CH-5 segue uma tendência crescente da China em expandir a sua presença nos mercados de armamentos do Médio Oriente, especialmente em áreas especializadas como sistemas não tripulados ou mísseis, e com países que tradicionalmente têm parcerias com os Estados Unidos para os seus gastos militares.

O drone CH-5 foi desenvolvido pela China Aerospace Science and Technology Corporation e pode operar por até 60 horas, capaz de cobrir uma distância de mais de 9600 km. O Exército de Aviação do Iraque encomendou o drone e apresentou-o na Exposição Internacional de Defesa no Iraque, realizada em Bagdade na semana passada.

A China e o Iraque elevaram a sua relação para uma parceria estratégica em 2015, abrindo portas para a China aceder aos recursos naturais do Iraque, principalmente petróleo e gás.

O aumento da presença chinesa no Iraque é evidente, com a Corporação Nacional de Petróleo da China substituindo os Estados Unidos como principal contratante no maior campo petrolífero do Iraque, West Qurna 1.

Esta parceria pode ser vista como uma tentativa de Bagdade de diversificar as suas relações internacionais, afastando-se da dependência dos EUA, ao fim de anos de forte presença militar.

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