Irão quer punir Israel, mas não pretende escalada regional: EUA avisam que ataque pode começar já hoje e reforça apoio
O Irão sinalizou que pretende evitar uma guerra total com Israel, mesmo apesar das ameaças de retaliação pelo assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do braço político do Hamas. “O reforço da estabilidade e da segurança na região será alcançado punindo o agressor e criando dissuasão contra Israel e o seu aventureirismo”, destacou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, esta segunda-feira.
De acordo com Nasser Kannani, a República Islâmica tem o direito, dentro da estrutura do direito internacional, de punir Israel, mas não quer aumentar as tensões no Médio Oriente.
Recorde-se que em abril último Terão demorou duas semanas a planear e executar um ataque a Israel após o raide aéreo contra um complexo diplomático iraniano em Damasco: no entanto, agora espera-se um ataque bem mais duro e melhor coordenado entre os vários aliados regionais do Irão. De acordo com Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, o momento exato dos ataques não é ainda claro, mas que podiam “começar nas próximas 24 e 48 horas”, lançados pela milícia xiita Hezbollah e o Irão.
A Casa Branca anunciou que Joe Biden vai reunir a sua equipa de Segurança Nacional, sendo que o chefe do Comando Central – que coordena as atividades militares em todo o Médio Oriente e África -, o general Michael Kurilla, deverá chegar a Israel nas próximas horas para “ultimar os preparativos” para o ataque.
Os EUA, que estão a mover um esquadrão de caças para a região e mantêm um porta-aviões por perto para ajudar Israel, estão a pressionar Netanyahu a redobrar os esforços para chegar a um acordo de cessar-fogo com o Hamas.
É expectável que a vingança do Irão seja agora mais feroz, dado o constrangimento de ter tido um dignitário estrangeiro assassinado no coração da sua capital: entre as suas opções estão um ataque direto a Israel ou fazer com que os seus representantes aliados intensifiquem os ataques ao país para atingir alvos israelitas em todo o mundo.