Irão adverte Israel sobre “consequências perigosas” de atacar Líbano
O Irão advertiu hoje Israel sobre as “consequências perigosas” dos seus ataques ao Líbano, onde o movimento xiita libanês Hezbollah tem sido alvo de bombardeamentos do Exército israelita que estão também a causar mortos e feridos civis.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, “condenou veementemente os vastos ataques aéreos” efetuados por Israel no sul do Líbano e “alertou para as perigosas consequências da nova aventura dos sionistas”, segundo um comunicado oficial.
Estas declarações surgem numa altura em que os confrontos entre o Hezbollah e Israel se intensificaram nos últimos dias, fazendo temer um conflito regional em grande escala, alimentado pela guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em curso desde 07 de outubro de 2023.
Só hoje, o Exército israelita afirmou ter atacado mais de 300 alvos do Hezbollah no Líbano, de onde o movimento islamita dispara desde 08 de outubro do ano passado ‘rockets’ para território israelita, em apoio ao Hamas palestiniano.
Kanani classificou os bombardeamentos israelitas como “insanos” e “criticou fortemente o apoio dos Estados Unidos a Israel”, apelando ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que “tome medidas imediatas” para pôr fim à guerra em Gaza.
Esta nova fase do conflito, de aumento dramático de tensões entre Israel e o Hezbollah foi desencadeada por dois dias de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo, primeiro ‘pagers’, depois ‘walkie-talkies’ – a 17 e 18 de setembro -, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.
Há mais de 11 meses que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006, que se intensificaram fortemente este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.
As tensões na região do Médio Oriente aumentaram após o ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas em território israelita, que fez 2.105 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e em retaliação ao qual o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez pelo menos 41.455 mortos e 95.878 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos.
A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte.