Iranianos e russos dizem ter recebido contactos dos EUA para denunciarem interferências nas eleições
Vários cidadãos iranianos e russos receberam mensagens que ofereciam dinheiro – milhões de dólares – em troca de informações sobre interferências estrangeiras nas eleições americanas.
Mohamad, um programador de software no Teerão, recebeu uma SMS que lhe oferecia até 10 milhões de dólares por informações sobre tentativas de interferir com as eleições nos Estados Unidos. Inicialmente, pensou que se tratava de “algum tipo de ataque informático”.
Mas quando Mohamad entrou no Twitter percebeu que era apenas um dos vários cidadãos iranianos que tinham sido contactados. Nas mensagens evidenciava-se o esforço recentemente frisado pelo Departamento de Estado dos EUA para defender as eleições presidenciais americanas, indica a agência Reuters.
Na Rússia, os media noticiaram, esta quinta-feira, que os cidadãos também receberam mensagens semelhantes. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, ironizou no Facebook que o site do Departamento de Estado seria sobrecarregado com denúncias.
No entanto, não é claro quem está por detrás das mensagens. Começaram a surgir na Internet assim que os destinatários passaram a enviar estas mensagens aos meios de comunicação social.
Recompensas por troca de informação
Escritas em farsi (língua oficial do Irão), as mensagens diziam que os Estados Unidos pagavam “até 10 milhões de dólares por qualquer informação sobre interferência estrangeira nas eleições americanas”.
As mensagens terão ainda uma ligação ao Programa de Recompensas para a Justiça dos EUA, que oferece recompensas em dinheiro em troca de informações sobre ameaças à segurança nacional americana.
Esta quarta-feira, o Secretário de Estado Mike Pompeo disse aos jornalistas que os Estados Unidos estavam agora a oferecer até 10 milhões de dólares “por informações que levem à identificação ou localização de qualquer pessoa que, agindo sob a direcção ou sob o controlo de um governo estrangeiro, interfira nas eleições americanas, envolvendo-se em certas actividades criminosas cibernéticas”.
O Comando Cibernético dos EUA encaminhou questões para o Departamento de Estado dos EUA, que “não teve um comentário imediato”. O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca também “não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre os textos”, diz a Reuters.