Irá a inflação começar a abrandar? Saiba o que dizem os especialistas

A inflação tem sido um tema principal para os mercados durante muito tempo e a principal razão por detrás das quedas na maioria das classes de ativos em 2022. Mas o que os investidores realmente querem saber é: a inflação vai começar a baixar? E com que rapidez isso vai acontecer?

“Sim, a inflação já está a dar sinais de abrandamento nos EUA e é provável que esta tendência se mantenha”, explicam os analistas da XTB, sublinhando que os preços das matérias-primas começaram a diminuir a partir dos máximos do início de 2022, e que se tem assistido a um aliviar das restrições na logística, com o ajuste das empresas a este novo cenário.

Estes ajustes refletem-se na diminuição dos preços dos transportes e na flexibilização das métricas das pressões sobre os preços nos inquéritos às empresas.

“Se não ocorrer um novo choque nas cadeias de abastecimento, a inflação deverá abrandar ainda mais durante 2023”, dizem os especialistas, deixando no ar outras questões dos investidores como a possibilidade de a inflação voltar a atingir a marca dos 2% no final do ano, ou ainda se haverá uma descida dos preços até ao final de 2023.

O Banco de Portugal projeta uma inflação de 5,8% em 2023, um grande reajuste depois da previsão a meio de 2022 onde apontavam para os 2,7, em junho. O regulador está, assim, mais pessimista do que o executivo, que prevê que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor atinja os 4% em 2023.

O comportamento dos mercados em 2023 dependerá em muito da trajetória da inflação e das taxas de juro e da gravidade de uma recessão global esperada. “Prevejo mais aumentos das taxas de juro em 2023 à medida que os bancos centrais procuram conter a inflação. É provável que assistamos a uma descida da inflação ao longo de 2023, devido em parte aos preços da energia começarem a diminuir. Mas isto será provavelmente insuficiente para que os bancos centrais deixem de apertar. A pressão inflacionista subjacente (excluindo o setor energético e os alimentos) continuará a existir num futuro previsível”, aponta Nuno Mello, analista da XTB.

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