Investir em canábis ainda é “tiro no escuro”, mas há formas de entrar no mercado sem infringir as regras
Não são somente os produtores e consumidores que aguardam com expectativa a legalização da planta em todos os 50 estados norte-americanos. Também os investidores olham com crescente interesse para este novo mercado que poderá criar novas fontes de lucro.
Citado pelo ‘Business Insider’, o analista Jay Zigmont, da consultora financeira Live, Learn, Plan, LLC, explica que “a principal regra é que apenas se deve investir em coisas que compreendemos”, e que é preciso também perceber quais os desafios que se podem enfrentar em termos de investimento, antes de se abrirem os cordões à bolsa.
O especialista avança que, até ao momento, as grandes instituições bancárias ainda não veem com bons olhos uma associação a empresas do segmento da canábis, o que levanta obstáculos a empresas em que, eventualmente, se queira investir. Zigmont aconselha os investidores a esperarem pela legalização da canábis a nível federal, antes de pensarem em traçar planos de investimento.
O analista financeiro especializado no segmento de canábis, Jason Wilson, da ETFMG, avançou ao website noticioso que “atualmente, existem alguns ETFs [exchange-traded funds, uma espécie de fundo de investimento negociado em bolsa] que permitem ganhar exposição à indústria da canábis”, e podem ser uma forma mais rentável e de baixo risco para começar a investir no mercado de ações.
O ETFMG Alternative Harvest Fund é um dos ETFs mais antigos dedicados ao segmento da canábis, e negoceia na Bolsa de Valores de Nova Iorque sob o símbolo MJ. De acordo com o próprio website, este ETF é um índice que avalia o desempenho de empresas que operam no universo da canábis, mas não inclui empresas que cultivem ou comercializem canábis nos EUA. Em vez disso, o MJ abrange empresas como a Canopy Growth e a Aurora Cannabis, e ambas produzem e vendem a planta no Canadá. Em suma, o MJ, de acordo com o BI, pode ser considerado um S&P 500 do ramo da canábis.
Existem também ações, negociáveis em bolsa, de empresas como a GrowGeneration Corp. e a Hydrofarm Holdings Group que vender equipamentos a empresas e indivíduos que cultivam canábis. A analista Marlo Richardson avisa, no entanto, que os interessados em investir em ações relacionadas com a canábis procurem informar-se o melhor possível antes de investirem em ações desse segmento, aconselhando o investimento em ETF, ao invés de em ações.
Há ainda outra alternativa, que passa pelo investimento em empresas que, embora não operem diretamente no segmento da canábis, podem fornecer serviços essenciais, como rotulagem de produtos, impressão e merchandising, a empresas que se dedicam diretamente ao negócio do cultivo e comercialização da canábis.