Investigadores portugueses criam cimento ecológico
É da Universidade de Aveiro que chega aquele que é, provavelmente, o cimento mais ecológico do mundo. As palavras são da própria instituição de ensino, que albergou o desenvolvimento de um material produzido a partir de desperdícios das indústrias de celulose (cinzas e grãos de cal, por exemplo) – que, de outra forma, iriam para aterros.
O eco-cimento, como é apelidado, distingue-se não só pela matéria-prima como também pela técnica de produção. O processo desenvolvido reduz o uso de recursos naturais virgens e pode ser realizado à temperatura ambiente, o que diminui o consumo de energia.
«As nossas argamassas geopoliméricas são uma alternativa válida às produzidas com cimento Portland, pois têm propriedades que as tornam adequadas para diversas aplicações na construção», assegura Manfredi Saeli, um dos investigadores responsáveis pelo eco-cimento. Da equipa fazem ainda parte Rui Novais, Paula Seabra e João Labrincha.
O investigador sublinha também que o eco-cimento conta com geopolímeros que «endurecem rapidamente, exibem uma matriz estável e uniforme, um desempenho mecânico adequado e uma excelente resistência a produtos químicos e ao envelhecimento». Estas características tornam-no uma alternativa ao cimento tradicional.