“Insuficiência de recursos no setor da saúde” é um “verdadeiro problema”, alerta Administrador da Lusíadas Saúde

Luís Drummond Borges, Administrador da Lusíadas Saúde, destaca a preocupação com os complexos desafios no setor da saúde em Portugal, sublinhando a questão da insuficiência de recursos humanos como o “verdadeiro problema”.

Para a Saúde, os desafios são sempre complexos. Obviamente que tudo o que é envelhecimento é um sucesso das políticas de saúde, tecnologia, de acesso a medicamentos. “Estamos em patamares de longevidade mais significativos, mas há algumas preocupações”, começou por apontar Luís Drummond Borges, durante a sua intervenção na XXVI Conferência Executive Digest.

“Quando se olha para a saúde em termos de longevidade há uma série de preocupações. A nossa preocupação central com o envelhecimento centra-se na capacidade e na assunção clara que cada vez mais pessoas vão ter mais ‘touch points’ com os sistemas de saúde, e consequentemente há uma desmultiplicação do número de atos médicos”, explica.

Estes fatores vão progredir e levar a custos mais elevados e que vão ter tendências de novas necessidades de resposta. O importante, destaca o responsável, é que os sistemas se preparem para uma componente de financiamento.

Luís Drummond Borges sublinha que cada vez há mais um perfil hospitalar com uma capacidade de cuidados integrados a trabalhar os diversos tipos de patologias numa única capacidade instalada com uma resposta integral, quer seja no sistema público, quer no privado. Sublinhou também a importância de trabalhar os processos “end of life”, apostando na Inteligência Artificial e monitorização para acompanhar as doenças e dar resposta com a maior rapidez possível, melhorando a qualidade de vida.

O especialista volta a alertar para a necessidade de mais recursos e da sua requalificação. “Outra questão importante é o upskill que é necessário fazer. A insuficiência de recursos no setor da saúde implica que temos de perceber que, desde os auxiliares de ação médica até à enfermagem, podemos fazer upskill das competências dos profissionais, no sentido de minimizar um verdadeiro problema em termos de necessidade de recursos no setor da saúde”.

Para além disso, Luís Drummond Borges destaca outro problema, a retenção de recursos humanos nas unidades hospitalares, que são muito impactados pelos fluxos migratórios. No entanto, este não é apenas um fator negativo, visto que contam com 8.000 colaboradores, e dentro do grupo existe todo o tipo de nacionalidades integradas.

Destaca ainda que “o desafio de recursos humanos que temos sentido prende-se por um lado pelo cumprimento que os grupos hospitalares têm tido ao nível da subida dos salários correspondente ao salário mínimo nacional”, isto porque cerca de 56% dos recursos tem salários a gravitar na órbita do salário mínimo nacional.

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