Inflação deteriora as margens comerciais de 71% das empresas

A evolução das taxas de juro continua a ter um efeito significativo sobre a estrutura de custos do tecido produtivo, apesar de o seu impacto se ter moderado no último ano.

De acordo com o mais recente Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 78% das empresas portuguesas confirmam que os níveis das taxas de juro estão a afetar a capacidade de se financiarem adequadamente, uma queda de quatro pontos percentuais em comparação com os valores registados há um ano.

Das empresas analisadas, 20% fala de um alto impacto, dois pontos a mais do que em 2023.

No que respeita às operações empresariais, embora 38% das empresas tenham visto os seus preços de fornecimento aumentar e 50% tenham custos de mão de obra mais elevados, muitas delas não repercutiram esses impactos nos seus preços finais e 71% das empresas reduziram as suas margens comerciais.

Além disso, a deterioração da liquidez dos clientes finais levou a uma queda nas vendas para 31% das empresas, agravamento do risco de crédito comercial da carteira para 26% delas, ou perda de clientes para duas em cada 10.

“Uma forma de compensar o aumento dos custos financeiros é aumentar os preços finais para proteger as margens comerciais. No entanto, essa estratégia é arriscada num ambiente inflacionário, devido a fatores como a redução do poder de compra dos clientes ou a elasticidade da procura”, escreve a Crédito y Caución.

Assim, este contexto está a obrigar uma grande parte do tecido empresarial a absorver internamente o impacto de novos custos financeiros e a restringir o acesso a novos financiamentos, deteriorando os níveis de risco de crédito.

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