“Inflação continua a não dar tréguas”: Mercados reagiram de forma “bastante expressiva” à decisão do BoE

O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou esta quinta-feira o maior aumento nas taxas de juros em mais de 30 anos. O regulador britânico anunciou a subida da taxa em 0,75 pontos percentuais para 3%. As taxas de juros são agora as mais altas desde a crise financeira global em 2008.

“A Comissão de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra define a política monetária para cumprir a meta de inflação de 2% e de uma forma que ajude a sustentar o crescimento e o emprego. Na sua reunião que terminou a 2 de novembro de 2022, a comissão votou por maioria de 7 a 2 para aumentar a Taxa Bancária em 0,75 pontos percentuais, para 3%”, refere o Banco de Inglaterra no documento oficial.

“A decisão de hoje é justificada pelas questões sobre a inflação que continuam por se resolver. Apesar dos aumentos sucessivos do banco, a inflação continua a não dar tréguas”, refere Henrique Tomé, analista da XTB.

Em termos de implicação real deste aumento, significa, “em termos práticos, a nível de empréstimos tanto no caso das famílias como no caso das empresas, que estas deverão passar a pagar mais, ficando assim com menos poder de compra”, o que, consequentemente vai contribuir “para uma diminuição na atividade económica que a médio e longo prazo traduzir-se-á numa redução na procura tendo impacto nos preços praticados nos diversos setores da economia”.

Relativamente à reação dos mercados, foi “bastante expressiva”, explica o analista, não só à decisão mas também às projeções avançadas pelo banco central.

“Apesar das projeções negativas, a bolsa britânica – FTSE 100 – reagiu em alta e subiu mais de 0,2% em poucos minutos. No mercado cambial, a libra reagiu em baixa em relação ao dólar americano. No mercado obrigacionista, os juros da dívida soberana a 10 anos dispararam +1,5% após a decisão”, conclui Henrique Tomé.

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